O mercado de criptomoedas cresce em ritmo acelerado e, em tempos de recorde de cotação do Bitcoin e movimentação razoável nas altcoins, cada vez mais pessoas se interessam pelos assuntos do universo cripto.

Mas, para navegar com mais segurança nesse oceano, é importante entender a linguagem que seus marinheiros costumam utilizar. Com uma série de termos próprios, o mundo cripto pode, à primeira vista, parecer complexo. No entanto, alguns dos conceitos essenciais podem ajudar muito na hora de tomar decisões de investimento. 

Neste artigo, vamos te apresentar dez termos fundamentais para qualquer investidor de criptomoedas. 

1. HODL

HODL é uma expressão que nasceu de um erro de digitação da palavra “hold” (“manter”, em inglês) e se tornou um termo muito popular no mundo das criptomoedas. Quando um investidor diz que vai HODL uma cripto, ele está afirmando que pretende segurá-la a longo prazo, independentemente das flutuações de mercado. 

Essa estratégia visa maximizar lucros ao manter ativos durante longos períodos, na esperança de que eles ganhem valor com o tempo. No final das contas, serve como um incentivo a quem detém alguma cripto em carteira, um “espera mais um pouco que vai valer a pena”.

O termo virou sinônimo de uma filosofia de investimento baseada em paciência e resiliência. Quem pratica o HODL normalmente acredita no potencial de valorização da moeda, mesmo em períodos de grande volatilidade. 

É comum ouvir HODLers (adeptos dessa estratégia) dizendo que manterão suas criptos “até o valor subir à lua”. Se formos ver o histórico de criptos como o Bitcoin, até que eles não estão errados em apenas comprar e esperar.

2. DYOR (Do Your Own Research)

DYOR” significa “Do Your Own Research”, ou, em tradução livre, “Faça Sua Própria Pesquisa”. Esse termo incentiva os investidores a dedicarem tempo e atenção, de maneira cuidadosa e criteriosa, antes de entrar em um projeto cripto. 

Em um mercado cheio de promessas de ganhos rápidos, DYOR serve como um lembrete importante de que é essencial se atentar aos riscos e oportunidades de todo projeto, não apenas para o que entregam ao mercado cripto como também em relação ao que significam para o perfil de quem está investindo. É através dessa estratégia que quem investe irá decidir se um projeto deve ou não estar em carteira.

Seguir o DYOR ajuda o investidor a se familiarizar com detalhes como a tecnologia, o time de desenvolvedores e o objetivo do projeto, além de também servir para que essa pessoa que pensa em investir em uma determinada cripto possa entender padrões de mercado - como volume de negociação, liquidez e histórico de preços. Dessa forma, fica muito mais fácil poder tomar decisões mais seguras e informadas, reduzindo a chance de perdas com fraudes.

3. Airdrop

Airdrops são distribuições gratuitas de criptomoedas feitas por projetos com a intenção de divulgar seus tokens para pessoas que ainda não os conhecem ou mesmo recompensar usuários que já utilizam o token há certo tempo. 

Normalmente, para receber um airdrop, basta cumprir certos requisitos simples, como seguir o projeto nas redes sociais, divulgar o token ou ter certa quantidade de uma cripto específica. Inclusive, o tipo de airdrop varia de acordo com o que é preciso fazer para conseguir ser premiado.

São basicamente três os tipos de airdrops: de recompensa (quando você precisa seguir uma determinada tarefa), de Holder/Hodler (que premia as pessoas que já tinham unidades do token em carteira) e de Fork (que é quando um projeto se origina de outro e, com essa premiação, busca-se atrair mais público investidor para este novo projeto).

Essa é uma maneira de popularizar novos tokens, aumentando sua base de usuários sem necessidade de investimento inicial. Porém, é sempre importante investigar o projeto antes de participar, pois há casos de airdrops fraudulentos.

4. ATH (All-Time High)

All-Time High (ou simplesmente ATH) significa o preço mais alto já atingido por um criptoativo. Quando uma moeda atinge seu ATH, é sinal de grande interesse e compra por parte dos investidores, o que geralmente ocorre em momentos de euforia de mercado.

Esse termo é relevante para investidores que buscam identificar topos de mercado e podem usá-lo como referência para estratégias de venda. No entanto, é fundamental lembrar que o ATH não garante que o ativo continuará subindo — ele pode recuar logo após atingir seu pico.

5. CBDC (Central Bank Digital Currency)

CBDC é a sigla para Central Bank Digital Currency ou, em tradução livre, “Moeda Digital de Banco Central”. Essas são moedas digitais emitidas diretamente por bancos centrais e possuem valor equivalente à moeda tradicional. O objetivo das CBDCs é trazer para o ambiente digital a confiança e estabilidade associadas ao dinheiro emitido pelo governo.

As CBDCs diferem das criptomoedas tradicionais, pois são centralizadas e reguladas, enquanto a maioria dos criptoativos é descentralizada. Apesar disso, as CBDCs representam um passo importante na integração entre as moedas digitais e as economias tradicionais.

O debate sobre a presença das CBDCs é cada vez mais ampliado no mundo e, aqui no Brasil, o DREX (ou Real Digital, como também tem ficado conhecido) é uma iniciativa que deve trazer ao nosso país uma maior difusão desse assunto.

6. Diamond Hands

Quando um investidor tem “Diamond Hands”, isso significa que essa pessoa mantém seu posicionamento sobre as criptomoedas, apesar da volatilidade e das quedas de mercado. Esse termo é frequentemente usado nas redes sociais para identificar investidores que não se abalam com flutuações e estão dispostos a segurar seus ativos no longo prazo.

Caso tenha ficado pouco ilustrativo o termo, o contrário dele ajuda a entender melhor: sabe aquela expressão “mão de alface”, de quem não segura as posições tomadas no mercado e logo as vende em qualquer sinal de volatilidade? Então: Diamond Hands (ou “Mãos de Diamante”) está na ponta oposta disso.

Investidores com Diamond Hands são aqueles que costumam ter convicção de que o preço de suas criptomoedas subirá futuramente e, por esse motivo, optam por ignorar quedas temporárias. Essa estratégia é mais indicada para quem tem tolerância a risco e acredita no potencial de crescimento do mercado. 

De certa forma, pode se relacionar também com HODL: investidores com Diamond Hands são aqueles que botam em prática o HODL de maneira contínua.

7. Fork

Fork é um termo técnico que indica uma divisão no protocolo de uma criptomoeda, gerando uma nova versão da moeda. Essa nova versão originada por um fork pode ser “soft” ou “hard”: no soft fork o protocolo original é atualizado e continua funcionando no mesmo projeto e, no hard fork, cria-se uma nova moeda. 

Um exemplo disso foi o que ocorreu quando o Bitcoin passou por um fork para formar o Bitcoin Cash. Forks geralmente ocorrem por divergências inconciliáveis entre desenvolvedores (que é quando se acaba gerando um novo projeto) ou para atualizar o código, trazendo novas funcionalidades e aperfeiçoando as ferramentas de um mesmo projeto. 

Embora o fork possa agregar valor ao mercado, ele também pode gerar volatilidade e desentendimento entre investidores, uma vez que isso demandaria uma nova e atenta pesquisa por parte de quem investe, para saber se o que vem de novo (no projeto atual ou em algum novo meio que surgir) é melhor ou apenas um meio de fragilizar o investimento.

8. Fungibilidade

A fungibilidade é uma característica importante para criptomoedas e diz respeito à capacidade de um ativo ser trocado por outro do mesmo tipo e valor. No mundo financeiro, o dinheiro é fungível, pois uma nota de R$10 pode ser trocada por outra de mesmo valor sem que haja diferença.

Essa característica é de suma importância para o universo cripto por significar que um token pode mesmo ser utilizado em transações e que cada unidade de um determinado projeto tenha a mesma cotação. É a mesma coisa que acontece com o dinheiro físico (em que qualquer nota de R$10 vale R$10),  mas olhando para o mercado cripto (“qualquer unidade de Bitcoin vale mesmo uma unidade de Bitcoin”).

Importante apontar que nem todos os ativos digitais, no entanto, são fungíveis — como ocorre com NFTs, que são únicos e identificáveis e, assim sendo, são não-fungíveis.

9. Tokenomics

Tokenomics é uma expressão que combina os termos “token” e “economia” e, além disso, descreve a economia por trás de um criptoativo. Esse conceito inclui elementos como a oferta, a distribuição, a utilidade e o modelo de governança de um token, ajudando os investidores a entender como ele se valoriza ou perde valor ao longo do tempo.

Tokenização é um processo que avança globalmente, servindo não apenas para o universo cripto como também para o mundo real. Existem hoje até mesmo imóveis e ações multinacionais tokenizadas. A grande ideia desse processo é tornar um item único, identificável e negociável de maneira muito mais direta e facilitada.

Ao avaliar os aspectos da tokenomics de um projeto, o investidor observa se a oferta total é limitada, se há mecanismos para aumentar a escassez do token (algum processo de “queima”) e se ele possui uma função específica no ecossistema no qual se localiza. Uma boa tokenomics pode aumentar a atratividade e a viabilidade de um projeto no longo prazo.

E, unindo esse conceito a outro também apresentado aqui: a realização de um DYOR eficiente envolve entender com clareza toda a tokenomics de um projeto.

10. Whitelist

Whitelist (ou, em tradução livre, “lista branca”) é uma lista de pessoas autorizadas a participar de uma venda ou evento específico de um projeto cripto antes do público em geral. Geralmente pessoas que estão em uma whitelist têm acesso a benefícios exclusivos, como comprar tokens com desconto ou participar de lançamentos de NFTs.

Participar de uma whitelist é uma maneira de se beneficiar de vantagens iniciais, mas pode exigir requisitos de qualificação, como manter uma certa quantidade de tokens ou cumprir tarefas nas redes sociais. Ela garante uma entrada antecipada em novos projetos, o que pode ser vantajoso para quem deseja aproveitar lançamentos promissores.

Esse conceito é mais amplo do que o de Airdrops, mas é importante notar que um dos benefícios possíveis de se estar em uma whitelist é ter acesso a algum airdrop de hodler.

São tantos termos… E agora você conhece mais alguns!

Apresentamos a você esses dez termos que, com chances altíssimas, você encontrará enquanto navega pelos mares das criptomoedas e demais criptoativos. Esses termos são essenciais para entender as dinâmicas do mercado cripto e para se integrar com a comunidade. 

Conhecer o significado de HODL, DYOR, airdrops e outros ajuda o investidor a se posicionar melhor e a fazer escolhas mais informadas. Assim, fica mais fácil evitar armadilhas e aproveitar as oportunidades que surgem nesse mercado inovador e em constante evolução.

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