Novas pesquisas usam IA para encontrar quase 1 milhão de moléculas potenciais de antibióticos, acelerando a descoberta médica e combatendo a resistência aos antibióticos, de acordo com o TheGuardian.

Num estudo publicado na revista Cell, cientistas da Universidade da Pensilvânia usaram algoritmos de aprendizagem automática para analisar grandes quantidades de dados sobre a biodiversidade microbiana da Terra. Como resultado, eles descobriram quase 1 milhão de novas moléculas potenciais capazes de atuar como antibióticos. Este é um avanço significativo no uso da inteligência artificial para enfrentar o problema crescente da resistência aos medicamentos.

O professor César de la Fuente, da Universidade da Pensilvânia, coautor do estudo, disse: “Usando este algoritmo, podemos filtrar grandes quantidades de informações e acelerar o processo de pesquisa”. Sem algoritmos, encontrar essas moléculas levaria muitos anos por meio de métodos tradicionais, como a coleta de amostras de água e solo.

A resistência aos antibióticos causou mais de 1,2 milhões de mortes em 2019, e este número poderá aumentar para 10 milhões por ano até 2050, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta investigação, considerada “o maior esforço de descoberta de antibióticos de sempre”, é um importante ponto de viragem na utilização da IA ​​para encontrar novos antibióticos, ajudando a lidar com o problema crescente do aumento da resistência aos antibióticos.

Ao coletar os genomas e meta-genomas de milhões de microrganismos em bancos de dados públicos e usar algoritmos para buscar segmentos de DNA capazes de criar moléculas antibacterianas, em 100 moléculas sintetizadas e testadas em laboratório, os pesquisadores descobriram que 79% delas poderiam matar pelo menos um tipo de microrganismo, abrindo um grande potencial para o desenvolvimento de novos antibióticos.

A IA acelerou enormemente a descoberta de antibióticos, de acordo com de la Fuente. “Em vez de esperar cinco ou seis anos para selecionar, agora, em computadores, podemos produzir centenas de milhares de resultados em apenas algumas horas.”

Os autores do estudo tornaram públicos o seu código-fonte e dados para que a comunidade científica possa acessá-los e utilizá-los para acelerar a pesquisa e o desenvolvimento de novos antibióticos.

Esta é uma nova esperança na luta contra o flagelo da resistência aos antibióticos, uma ameaça crescente à saúde pública global.