O principal objetivo da maior stablecoin do mundo, Tether USD (USDT), é ajudar as pessoas em economias atingidas pela inflação a proteger seu poder de compra, de acordo com o CEO da Tether, Paolo Ardoino.
Em entrevista exclusiva ao Cointelegraph, Ardoino disse que o foco principal do Tether é ajudar a população sem conta bancária que não tem acesso ao sistema bancário tradicional a obter acesso ao USDT.
“[USDT] é uma ferramenta que ajuda pessoas em locais que foram esquecidos pelo setor bancário. Estes 300 milhões de pessoas não interessam à indústria bancária. Estas são ótimas pessoas, mas não podem ser integradas pelo setor bancário porque são demasiado pobres para serem interessantes.”
A inflação galopante está forçando as pessoas em economias emergentes a buscar cada vez mais alternativas financeiras externas, como o dólar americano. Essa questão é especialmente urgente na Argentina, onde a moeda nacional perdeu 98% de seu valor em relação ao dólar, de acordo com Ardoino.
“O que você quer fazer se mora na Argentina é comprar o dólar americano… Pensamos no USDT como a ferramenta que está ajudando as pessoas. Então temos que estar muito focados em torná-lo o mais seguro possível. É por isso que temos T-bills, ouro e Bitcoin. Mas agora nossa abordagem é estar 100% em T-bills nos próximos trimestres.”
Relacionado: A stablecoin Tether USDT entra em operação na blockchain TON
Tether é a maior stablecoin do mundo, com uma capitalização de mercado de mais de US$ 109 bilhões, em comparação com o USDC da Circle, com uma capitalização de mercado de US$ 33 bilhões em segundo lugar, de acordo com dados do CoinMarketCap.
Ardoino atribui o sucesso da Tether a encontrar o ajuste de mercado certo, que são pessoas que precisam de acesso a serviços financeiros e dólares americanos. Em contraste, outros emissores de stablecoins estão tentando vender seus serviços para o setor bancário tradicional. O CEO explicou:
“Então nossos maiores concorrentes focam no setor bancário como seus clientes. Mas o setor bancário já tem o melhor, o melhor acesso ao dólar. Eles têm cartões de crédito, cartões de débito e trilhos bancários. Eles trabalham em jurisdições como Europa e EUA, onde as pessoas não precisam de stablecoins.”
O uso de stablecoin na Europa e nos Estados Unidos está “se aproximando de zero”, explicou Ardoino, acrescentando que atender os não bancarizados do mundo continuará sendo uma prioridade para o emissor de stablecoin:
“As pessoas que precisam de uma stablecoin são aquelas que vivem em mercados emergentes. E essas pessoas precisam de estabilidade. Elas precisam saber que, aconteça o que acontecer, elas podem resgatar por US$ 1.”
A Tether concluiu a auditoria de segurança "padrão ouro", a auditoria System and Organization Controls 2 (SOC) em 1º de abril. Isso representa o mais alto nível de conformidade de segurança que uma organização pode demonstrar.
Relacionado: ETF da BlackRock perto de ultrapassar a Grayscale, apesar do segundo menor fluxo diário