De acordo com a CoinDesk, o neobanco colombiano Littio está facilitando o acesso dos clientes às letras do Tesouro dos EUA por meio de produtos cripto. O banco está transferindo seus ativos de cofre de Ethereum (ETH) para Avalanche (AVAX) para escalar suas ofertas, conhecidas como Yield Pots, que permitem que os usuários ganhem juros sobre seus depósitos em dólares americanos. Essa mudança é impulsionada pela crescente demanda por Yield Pots, com as baixas taxas de transação e a consistência do Avalanche citadas como fatores-chave para a mudança.

A parceria da Littio com a OpenTrade, uma empresa sediada em Londres, permite a exposição a Yield Pots. A OpenTrade desenvolve produtos de rendimento usando stablecoins e ativos do mundo real, como letras do Tesouro dos EUA. Stablecoins são criptomoedas projetadas para manter a paridade com moedas emitidas pelo governo, normalmente o dólar americano. Ativos do mundo real referem-se a ativos fora do ecossistema de criptomoedas, como imóveis, representados na cadeia como tokens digitais.

Jeff Handler, diretor comercial da OpenTrade, observou que o Littio é atualmente o único neobanco latino-americano que usa seus cofres, com mais clientes esperados para oferecer vários serviços fintech baseados em USDC este ano. Esses clientes incluem neobancos, exchanges centralizadas e empresas de pagamento que já utilizam USDC para atender à demanda por contas bancárias, pagamentos e serviços em USD na América Latina.

Desde seu lançamento em fevereiro, os Yield Pots da Littio atingiram mais de US$ 80 milhões em volume de transações e geraram US$ 250.000 em retornos para usuários nos últimos quatro meses. A Littio reinveste entre US$ 11 milhões e US$ 13 milhões em cofres OpenTrade mensalmente. Para efeito de comparação, o fundo de mercado monetário tokenizado da Franklin Templeton, que também fornece exposição aos títulos do Tesouro dos EUA, acumulou US$ 435 milhões em ativos desde 2021.

O rendimento dos cofres da Littio varia entre 2% e 5%, de acordo com o site da empresa. O apelo do produto é compreensível, dada a depreciação significativa do peso colombiano em relação ao dólar americano na última década. Outras moedas latino-americanas também enfrentam inflação severa, tornando o dólar americano uma alternativa atraente. Além disso, os clientes da Littio podem encontrar restrições de moeda ou não ter acesso a serviços bancários tradicionais, incentivando-os ainda mais a usar a Littio.

Morgan Krupetsky, chefe de instituições e mercados de capitais da Ava Labs, que desenvolve o blockchain Avalanche, destacou que a Littio e a OpenTrade demonstram como a tecnologia da Avalanche pode fornecer às populações desbancarizadas acesso a produtos e serviços que de outra forma não estariam disponíveis por meio de sistemas financeiros tradicionais.