Bancos tradicionais, incluindo Societe Generale, Standard Chartered e Revolut, estão fazendo movimentos para competir no espaço das stablecoins, desafiando a longa dominância da Tether.
Com a Tether descontinuando sua stablecoin lastreada em euro, EURt, as instituições financeiras veem uma chance de capitalizar o vazio de mercado e aproveitar as oportunidades lucrativas que as moedas digitais oferecem.
Bancos aproveitam a oportunidade das stablecoins
A Tether Holdings, emissora da popular stablecoin USDT, há muito ocupa o primeiro lugar no mercado global de stablecoins. No entanto, a empresa anunciou recentemente que cessaria as operações do EURt, citando desafios de conformidade sob as novas regulamentações do Mercado em Cripto-Ativos (MiCA) da Europa. Lançado em 2016, o EURt não conseguiu ganhar tração significativa no mercado, com sua capitalização diminuindo para apenas $37 milhões em comparação com os robustos $138 bilhões da USDT.
Com o EURt fora de cena, bancos como o Societe Generale-Forge (SG-Forge) não perderam tempo em entrar. O SG-Forge lançou recentemente sua Euro CoinVertible (EURCV), uma stablecoin lastreada em euro que agora está disponível para investidores de varejo. Outros grandes players como Oddo BHF, BBVA e Revolut estão explorando projetos semelhantes, enquanto a AllUnity anunciou planos para lançar uma stablecoin baseada em euro no próximo ano.
O quadro regulatório da MiCA deu aos bancos um caminho mais direto para emitir stablecoins, criando um ambiente competitivo que a Tether agora precisa navegar. Insiders da indústria observam que alguns bancos já estão explorando parcerias e acordos de licenciamento para tecnologias de stablecoin existentes para acelerar sua entrada no mercado.
Jogadores globais se juntam ao impulso das stablecoins
A corrida das stablecoins não se limita à Europa. Os bancos dos EUA estão segurando devido à falta de clareza regulatória, mas os jogadores globais estão avançando. A Visa, por exemplo, lançou uma plataforma de tokenização projetada para simplificar a emissão de stablecoins. Bancos como o BBVA estão testando a solução da Visa, com instituições em Cingapura, Brasil e Hong Kong também demonstrando interesse.
Enquanto isso, o Standard Chartered entrou em cena ao fazer parceria com a Animoca Brands e a Hong Kong Telecommunications para emitir stablecoins atreladas ao dólar de Hong Kong. O JPMorgan Chase está explorando tokens de depósito como uma alternativa às stablecoins, embora esses venham com limitações que as stablecoins podem superar aproveitando a tecnologia blockchain.
Desafios e competição
Apesar do crescente interesse, as stablecoins representam desafios para os bancos. Um relatório do Banco Central Europeu sugere que converter depósitos de varejo em reservas de stablecoin poderia enfraquecer a cobertura de liquidez, tornando os bancos vulneráveis durante estresses financeiros. Nos EUA, os reguladores devem abordar preocupações sobre reservas aceitáveis e se os depósitos de stablecoin serão segurados.
As Moedas Digitais de Banco Central (CBDCs) também apresentam uma ameaça competitiva, particularmente para casos de uso como pagamentos por atacado. No entanto, a potencial lucratividade das stablecoins, demonstrada pelos $10 bilhões em lucros líquidos da Tether, continua a impulsionar os bancos em direção a este mercado em evolução.
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