Do Kwon, o cérebro por trás do desastre do TerraUSD e do Luna que destruiu US$ 40 bilhões em cripto, está finalmente indo para os Estados Unidos para enfrentar a justiça. O Ministro da Justiça de Montenegro, Bojan Božović, assinou a ordem de extradição, priorizando o pedido dos EUA sobre o da Coreia do Sul.

Esta decisão vem depois que a Suprema Corte de Montenegro confirmou que todas as condições legais para extradição foram cumpridas. A corte avaliou critérios como a gravidade dos supostos crimes de Kwon e a sequência de solicitações, inclinando a balança a favor dos EUA.

O Ministério da Justiça disse: “A maioria dos critérios previstos em lei apoiam o pedido de extradição pelas autoridades competentes dos Estados Unidos”, efetivamente encerrando as esperanças da Coreia do Sul de processar Kwon em seu próprio território.

A ascensão e queda brutal do TerraUSD e do Luna

Kwon não criou apenas TerraUSD e Luna — ele criou um império construído em hype, algoritmos e um modelo financeiro perigosamente falho. TerraUSD foi comercializado como uma stablecoin que sempre valeria $1.

Mas diferentemente das stablecoins tradicionais apoiadas por ativos tangíveis, o TerraUSD dependia de sua conexão com a Luna, outra cripto. A ideia era simples: o TerraUSD poderia ser resgatado por $1 em Luna, criando uma paridade artificial.

Para adoçar o acordo, Kwon lançou o Anchor Protocol, oferecendo retornos anuais de 20% em depósitos de TerraUSD. Sim, 20%. Por um tempo, essa taxa insana atraiu investidores como abelhas ao mel.

Então tudo explodiu. Em 7 de maio de 2022, a indexação do TerraUSD caiu para US$ 0,99. Os investidores entraram em pânico, despejando seus ativos. Em uma tentativa desesperada de consertar a situação, a Terraform Labs inundou o mercado com Luna, fazendo com que seu preço despencasse.

A Luna, que já foi avaliada em mais de US$ 100, perdeu o valor em poucos dias. Bilhões em reservas de Bitcoin foram empregados em vão para estabilizar o colapso. A precipitação não derrubou apenas a TerraUSD e a Luna — ela desencadeou um efeito dominó, levando outras empresas de criptomoedas à falência e eliminando US$ 2 trilhões em valor de mercado.

A escala de destruição chamou a atenção de reguladores em todo o mundo. Autoridades dos EUA acusaram Kwon de enganar investidores e esconder riqueza. A Coreia do Sul, onde Luna tinha 280.000 detentores, não ficou muito atrás.

Advogados alegaram fraude e arrecadação ilegal de fundos, o que levou os promotores a emitir um mandado de prisão em setembro de 2022. Naquela época, Kwon havia desaparecido de Cingapura, forçando a Interpol a emitir um alerta vermelho.

A queda de um fugitivo

Kwon não ficou foragido para sempre. Suas escapadas pelo mundo terminaram em Podgorica, Montenegro, em 23 de março de 2023. Ele e o ex-CFO da Terraform Labs, Han Chang-joon, foram pegos tentando embarcar em um jato particular para Dubai usando passaportes falsos. A prisão foi quase cinematográfica — avisos da Interpol, documentos falsos e uma captura de última hora no aeroporto.

Imediatamente, tanto os EUA quanto a Coreia do Sul exigiram extradição. Mas, primeiro, Montenegro tinha suas próprias contas a acertar. Kwon passou quatro meses em uma prisão montenegrina por falsificação de documentos. Após a libertação, ele foi transferido para um centro de recepção estrangeiro, aguardando a decisão que agora o colocou sob custódia dos EUA.

Han Chang-joon não teve tanta sorte — ou talvez tenha tido. Em fevereiro deste ano, Montenegro o enviou de volta para a Coreia do Sul. A Terraform Labs não caiu sem lutar. A empresa rejeitou as acusações sul-coreanas como politicamente motivadas, argumentando que Luna não se qualifica como um título sob as leis do país.

Eles chamaram as acusações de "infundadas", uma palavra que pode não ter muito peso quando US$ 40 bilhões em dinheiro de investidores evaporaram.

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