Charles Hoskinson, o fundador da Cardano, reviveu seu interesse em comprar a CoinDesk em aparente brincadeira, após a publicação de mídia cripto mergulhar mais fundo no caos.

Respondendo a uma postagem de um jornalista no X que descreveu a CoinDesk como "em ruínas", Charles questionou a avaliação atual da publicação. "Lembre-se quando pensamos em comprar a Coindesk?" ele perguntou. "Eu me pergunto qual é o preço hoje em dia."

O drama começou quando a Bullish, empresa mãe da CoinDesk, demitiu abruptamente três editores principais, incluindo o editor-chefe Kevin Reynolds, após tensões na redação subirem por causa de um artigo sobre o fundador da TRON, Justin Sun.

Bullish sob fogo por sua reestruturação na redação

Fontes confirmaram que a Bullish demitiu Reynolds, o editor-adjunto Nick Baker e o chefe de ética e padrões Marc Hochstein na sexta-feira.

A decisão seguiu semanas de agitação na CoinDesk, começando com a remoção de um artigo sobre a compra de Justin e o consumo encenado de uma instalação de arte de banana de $6,2 milhões.

A matéria também cobriu os problemas legais de Justin, incluindo acusações de fraude da SEC, que ele contesta. Segundo fontes, sua equipe pressionou a Bullish para retirar a história, alegando que o tom era prejudicial.

O CEO da Bullish, Tom Farley, aprovou a retirada sem o habitual aviso de retratação, uma ação que pegou de surpresa a equipe editorial. A empresa tentou controlar os danos citando "medidas de redução de custos" como a razão para as demissões em um e-mail enviado pela CEO da CoinDesk, Sara Stratoberdha.

Visto pela equipe e posteriormente vazado, o e-mail afirmava que a reestruturação aumentaria a produtividade enquanto reafirmava o compromisso da empresa com a independência jornalística. Mas poucos na redação acreditaram nisso.

Um funcionário sênior relatou que as demissões foram descritas como "devastadoras", dizendo que o trio era o "coração da redação". A mesma fonte questionou as prioridades da Bullish, acrescentando: "É claro que eles se importam mais em agradar os patrocinadores do que com a reportagem real."

Outro membro da equipe disse que a moral na CoinDesk está em um nível histórico baixo, com muitos funcionários explorando ativamente outras oportunidades.

O debacle de Justin e suas consequências

Críticos dizem que os laços de Justin com a CoinDesk podem ter influenciado a decisão de retirar a história. A TRON é um patrocinador importante do Consensus, a conferência principal da CoinDesk, que está estreando em Hong Kong este ano. O timing é interessante, dado os planos supostamente rumores da Bullish para uma oferta pública inicial.

Matt Murray, um ex-editor-chefe do Wall Street Journal nomeado pela Bullish para supervisionar a direção editorial da CoinDesk, renunciou em protesto após o artigo ser retirado.

Na sexta-feira, as tensões culminaram em um confronto dramático. Reynolds, Baker e Hochstein foram trancados fora de suas contas do Slack antes que a empresa anunciasse suas demissões. A equipe foi informada por e-mail após o fato, uma decisão que alguns descreveram como "fria e calculada."

A última oferta de Charles pela CoinDesk

Em janeiro, Charles Hoskinson considerou publicamente comprar a publicação, mas hesitou diante do preço pedido de $200 milhões. Na época, ele argumentou que a CoinDesk estava supervalorizada, dizendo: "Você poderia construir um concorrente descentralizado melhor por $5 a $10 milhões."

Charles tem criticado há muito tempo o jornalismo cripto, acusando grandes publicações de viés e imprecisão. Sua visão para a reforma da mídia incluía ideias como "obrigações de veracidade", onde as publicações apostariam fundos na precisão de suas reportagens, perdendo o dinheiro se as histórias fossem provadas falsas.

Ele também sugeriu integrar a tecnologia blockchain na reportagem. Usando tokens não fungíveis (NFTs), os artigos poderiam se tornar "objetos vivos" interativos.

Uma vez o padrão de ouro para reportagens sobre blockchain, a CoinDesk fez seu nome expondo fraudes e corrupção, incluindo seu papel crucial na revelação do escândalo FTX em 2022. Mas sob a Bullish, a publicação claramente está lutando para manter sua credibilidade.

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