Na esteira das inovações tecnológicas apresentadas pelo Banco Central do Brasil nos últimos anos - como o Pix, lançado em 2020 -,  a partir de 2025 teremos para o “mundo tradicional” algo bastante conhecido e útil no universo cripto há um bom tempo: a união entre transações financeiras totalmente digitais com a segurança dos contratos inteligentes.

Neste artigo do blog, iremos tratar sobre o que são essas inovações que chegarão aos mercados tradicionais, o que o DREX tem a ver com elas e como isso pode abrir maior campo de discussão sobre a utilização de moedas digitais no Brasil.

Smart contracts: segurança e confiança

Caso você não tenha familiaridade com a tecnologia dos smart contracts (contratos inteligentes), eles funcionam da seguinte maneira: duas partes combinam uma certa transação e, no lugar de passarem em um cartório para reconhecer firma daquele acordo em um contrato, colocam dentro de uma programação de computador o que cada uma das partes precisa fazer para que a transação enfim aconteça.Vamos imaginar a seguinte transação como exemplo: imagine que você está comprando um carro por R$30.000,00. Em uma compra normal, após verificar tudo o que precisa, você tem que enviar o dinheiro para a pessoa e o outro lado tem que passar o carro para o seu nome. Mas o que acontece se uma das duas partes não cumprir o combinado?

Com um smart contract a diferença é que enquanto as duas partes não cumprirem o acordado, a transação não acontece: apenas quando você enviar o dinheiro e a outra pessoa transferir o carro para o seu nome a transação será validada. 

O que é o DREX?

DREX é um projeto do Banco Central que, em testes desde meados de 2023 e com previsão de virar realidade em 2025, cria uma plataforma de intermediação financeira que permite justamente que os smart contracts possam ocorrer no mundo real.

Possivelmente você apenas havia ouvido falar sobre o tal “Real digital” e ficou sem entender sobre, mas a informação que ficou faltando é como isso iria funcionar na prática.

Nessa plataforma, que ficará centralizada no Banco Central (tal qual acontece com o Pix), para poder ter acesso você precisará ter conexão a alguma instituição financeira conveniada a essa tecnologia. Assim que você acessar a plataforma, poderá realizar as transações acordadas diretamente nela.

Novamente: a diferença entre o que acontece hoje com os contratos em papel e cartório e o que teremos com DREX é algo que o universo cripto já conhece há um bom tempo, e tem tudo a ver com a otimização das transações.

Em bom português: mais importante do que conferir uma infinidade de aspectos relacionados até a honestidade de alguém em uma transação, você poderá focar apenas no que precisa cumprir para que ela aconteça, de forma bastante objetiva e direta - porque, caso a outra parte decida agir de maneira desonesta, o “programa de computador” que rege o contrato simplesmente irá desfazer a operação.

Será que o DREX vai pegar?

Em número de transações, é praticamente impossível imaginar que o DREX consiga superar o que faz o PIX todos os dias. Afinal de contas, com o PIX são bilhões de operações por dia a partir de R$0,01 e, com o DREX, será necessário estabelecer condições em smart contract que não são tão instantâneas assim. 

Uma coisa é comprar um almoço no Pix, outra bem diferente é comprar uma casa usando o DREX.

Mesmo assim, olhando o histórico recente de adoção de ideias capitaneadas pelo Banco Central - Pix é um exemplo ótimo -, podemos não apenas ver uma adoção grande e para todo tipo de transação que demande contrato como também uma abertura para utilização das moedas digitais que conhecemos nessas transações.

Caminho positivo em potencial para criptos com o DREX

Embora o DREX esteja focado no Real Digital, sua chegada ao mercado pode criar oportunidades também para os criptoativos. 

Independentemente do controle centralizado do Banco Central sobre a emissão do Real Digital, o sucesso do DREX pode impulsionar discussões sobre o uso de outras moedas digitais no Brasil. 

À medida que a população e as instituições financeiras se familiarizarem com contratos inteligentes e transações digitais seguras, não é difícil imaginar que isso abra caminho para uma maior integração entre criptomoedas e o sistema financeiro tradicional. 

Dessa forma, poderemos ver novos projetos e plataformas surgirem, permitindo que moedas como Bitcoin e Ethereum também se beneficiem desse ecossistema.

E você, acha que o DREX vai pegar? Conta pra gente!