A Prometheum conseguiu irritar quase todo mundo na comunidade cripto. Não é o fato de que eles existem — é como eles estão jogando o jogo.

Enquanto a maioria das empresas de criptomoedas está lutando para se manterem à tona em meio a regulamentações mais rigorosas, a Prometheum parece estar se aproximando dos reguladores, causando polêmica em todos os lugares.

A jornada da empresa para a infâmia começou em maio de 2023, quando se tornou a primeira empresa a obter uma licença de corretora de propósito específico da SEC e da FINRA.

Esta licença permite que eles custodiem ativos digitais, algo que grandes players como Coinbase e Robinhood vêm tentando (e falhando) obter há anos. A comunidade não recebeu bem esta notícia.

A Blockchain Association chamou isso de um “acordo doce”, enquanto alguns líderes republicanos no Congresso foram um passo além, pedindo uma investigação do DOJ para descobrir como diabos a Prometheum conseguiu fazer isso.

Não ajuda que a Coinbase e a Robinhood já estivessem pulando obstáculos para essa mesma licença, apenas para serem rejeitadas repetidamente. Mas aqui vem a Prometheum, aparentemente cortando a fila.

Como eles fizeram isso? A Prometheum alega que eles apenas jogaram pelas regras, mas ninguém está comprando isso.

A Prometheum não parou em obter uma licença controversa. Não, eles foram além e decidiram classificar alguns dos maiores tokens do mercado — Ethereum (ETH), UNI da Uniswap e ARB da Arbitrum — como títulos em sua plataforma.

Isso causou um alvoroço. Por quê? Porque a própria SEC nem deixou claro se Ethereum é um título ou não. Então, quando a Prometheum decidiu seguir em frente e rotular ETH, UNI e ARB como títulos, pareceu que eles estavam saindo da linha.

Os críticos foram rápidos em apontar a inconsistência. “Como a Prometheum pode chamar esses tokens de títulos quando a SEC ainda nem se decidiu?”, eles perguntaram.

Mas a empresa dobrou a aposta. Ben Kaplan, CEO da Prometheum Capital, uma subsidiária detentora da licença de corretora, declarou que:

“Nosso objetivo é integrar ou incluir os 50 principais ativos digitais em nossa plataforma, e Uniswap e Arbitrum estão dentro de cerca de 50.”

Em maio, a Prometheum lançou seus serviços de custódia Ethereum, um movimento que desafiou o consenso geral da indústria. A maioria na indústria de criptomoedas acredita que as leis atuais não cobrem os ativos digitais adequadamente, mas a Prometheum não pareceu se importar.

Eles seguiram em frente e lançaram esses serviços sob a supervisão rigorosa da SEC, tratando o Ethereum como um título.

O momento também foi curioso. Assim como a SEC estava em pé de guerra, atingindo várias empresas com ações judiciais por vender títulos não registrados, a Prometheum de alguma forma conseguiu sinal verde para este lançamento. Eles disseram:

“Tomaremos as medidas adequadas se os reguladores decidirem posteriormente que algo que listamos não é um título.”

Desde que Aaron Kaplan, CEO da Prometheum, compareceu ao Congresso, as perguntas só se multiplicaram. As pessoas estão se perguntando sobre os primeiros financiadores da empresa, particularmente uma empresa de criptomoedas chinesa, e se toda a operação é mesmo lucrativa.

Em seus registros de janeiro na SEC, a própria Prometheum admitiu “perdas significativas” e acrescentou que nem havia começado a gerar receita.

Não é exatamente algo que aumenta a confiança, não é?