Venezuelanos enviaram mais de US$ 460 milhões em remessas usando criptografia em 2023

A população migrante venezuelana, agora superior a 7 milhões, usou criptografia para enviar mais de US$ 460 milhões em remessas para aqueles que ficaram para trás no país. De acordo com a Chainalysis, 30% das famílias venezuelanas receberam alguma forma de remessa em 2023, com 9% usando criptografia como trilhos para chegar aos seus destinatários de forma eficiente.

Migrantes venezuelanos enviaram quase 10% de suas remessas usando criptografia

As remessas tornaram-se uma tábua de salvação para os venezuelanos que ficaram no país, uma vez que os migrantes têm enviado consistentemente dinheiro para os que ficaram para trás. De acordo com dados da Plataforma de Coordenação Interinstitucional para Refugiados e Migrantes da Venezuela recentemente revistos pela Bloomberg, mais de 7,7 milhões de venezuelanos migraram para outras latitudes em busca de melhores condições económicas.

Esses migrantes enviaram mais de US$ 5,5 bilhões em remessas em 2023, usando principalmente intermediários não oficiais com contas bancárias nos países de origem e na Venezuela. Esses números fazem da Venezuela um dos maiores países receptores de remessas na América do Sul. A Chainalysis declarou que 9%, ou mais de US$ 461 milhões, chegaram às mãos dos venezuelanos usando trilhos de criptomoedas.

Mais de 30% dos lares venezuelanos recebem alguma ajuda por meio de remessas, e isso só tende a aumentar. De acordo com Manuel Orozco, diretor do programa Migração, Remessas e Desenvolvimento do Diálogo Interamericano, o número de venezuelanos que usam remessas aumentou em pelo menos 50%. “Não é uma porcentagem maior porque o restante dos migrantes ainda não tem condições de enviar dinheiro”, ele avaliou.

Os venezuelanos buscam criptomoedas com baixas taxas de transferência para enviar essas remessas aos especialistas em tecnologia do país, que então usam stablecoins como USDT para armazená-las e trocá-las em mercados peer-to-peer por bolívares, a moeda fiduciária nacional. Além disso, algumas lojas aceitam essas stablecoins, para que possam gastá-las diretamente em mantimentos e outros bens.

A Venezuela tem sido um dos países sul-americanos com maior adoção de criptomoedas. Até mesmo empresas governamentais como a PDVSA, a estatal petrolífera, já estão usando stablecoins para liquidar pagamentos, contornando dificuldades derivadas de sanções ocidentais.

O que você acha do uso crescente de criptomoedas pelos venezuelanos para enviar remessas? Conte-nos na seção de comentários abaixo. #Write2Earn