No universo das criptomoedas, o termo “baleia” se refere a indivíduos ou organizações que possuem grandes quantidades de uma cripto específica, exercendo influência direta sobre liquidez e preços de mercado.
É como se esses “gigantes dos mares” pudessem mudar o curso das águas ao simples bater de cauda. Quando falamos de Bitcoin (BTC), as baleias podem ser desde governos e fundos de investimento até empresas e o próprio criador anônimo do ativo.
Abaixo, listamos sete dos maiores detentores de Bitcoin em 2025, explicando quem são, por que acumulam tanto BTC e como isso afeta o mercado, atualizando a lista publicada em
2024.
1. Satoshi Nakamoto — 1,1 milhão de BTC
O nome mais icônico é, sem dúvida, o do criador do
Bitcoin, Satoshi Nakamoto. Pouco se sabe sobre sua identidade ou paradeiro, mas estima-se que ele detenha cerca de 1,1 milhão de BTC. Essas moedas foram mineradas nos primórdios, quando poucos acreditavam no potencial do Bitcoin e a dificuldade de mineração era baixíssima.
Por que é relevante?
O patrimônio de Satoshi permanece intocado há mais de uma década. Se, por algum motivo, parte dessas moedas fosse movida, poderia causar grande agitação no mercado. A possibilidade de esses BTC nunca serem gastos é o que faz muitos dizerem que estão fora de circulação.
2. Exchanges — ~850 mil BTC
Entre as maiores corretoras, Binance se destaca por deter mais de 550 mil BTC, fruto da soma dos depósitos de milhões de usuários globais. Exchanges como Coinbase também armazenam grandes quantidades de Bitcoin em nome de seus clientes. No entanto, não se trata de propriedade da empresa em si, mas sim de um montante sob custódia para milhares de traders e investidores.
Por que é relevante?
Grandes exchanges exercem influência significativa na liquidez e nos fluxos de compra e venda de BTC. Um movimento ou anúncio de segurança (ou falta dela) pode afetar instantaneamente o humor do mercado. Além disso, a Binance tem um alcance mundial imenso, incluindo atividades no Brasil, o que reforça ainda mais seu papel de “guardião” de uma parcela importante do BTC em circulação. Outras exchanges importantes, como Coinbase, Kraken e OKX, também figuram entre as instituições com maiores reservas de BTC, cada uma na casa de centenas de milhares de bitcoins.
3. Governo dos Estados Unidos — 213 mil BTC
Muita gente não sabe, mas o Governo dos EUA acumula uma quantidade considerável de Bitcoin, estimada em mais de 213 mil BTC. Esses ativos vêm, em grande parte, de apreensões relacionadas a atividades ilegais, como no caso do Silk Road e outras operações de segurança cibernética.
Por que é relevante?
O governo costuma realizar leilões para vender parte dos ativos confiscados, mas mantém um saldo significativo. Se, por questões políticas ou regulatórias, decidisse vender um volume grande de uma só vez, isso poderia gerar impacto no mercado.E El Salvador?
Embora seja um país que adotou o Bitcoin como moeda legal, a reserva de BTC de El Salvador é relativamente pequena (~6 mil BTC). Isso não chega perto dos estoques norte-americanos, mas o pioneirismo salvadorenho continua a chamar atenção global.
4. Governo da China — 190 mil BTC
A China possui cerca de 190 mil BTC, muitos oriundos de apreensões ou encerramentos de operações ilegais de mineração e corretoras. Mesmo com restrições severas ao trading de criptomoedas no país, o governo chinês retém essas reservas.
Por que é relevante?
Qualquer movimentação oficial dessa quantia poderia influenciar o mercado. Há quem especule que a China poderia utilizar esse BTC estrategicamente, mas, até o momento, não há sinais concretos de que vá se desfazer do montante ou mesmo comprar mais.
5. BlackRock — 305 mil BTC
A BlackRock, uma das maiores gestoras de ativos do planeta, também entrou no radar das baleias de Bitcoin ao adquirir mais de 305 mil BTC ao longo dos anos. Com bilhões de dólares sob administração, a empresa vê no Bitcoin uma oportunidade de diversificação.
Por que é relevante?
A aprovação de produtos de investimento em BTC (como ETFs) e o interesse de fundos tradicionais sinalizam uma institucionalização crescente do mercado cripto. Caso a BlackRock amplie ainda mais sua exposição, poderá aumentar a legitimidade do BTC junto a investidores conservadores.
6. MicroStrategy — 226 mil BTC
Sob liderança de Michael Saylor, a empresa MicroStrategy tornou-se famosa por converter grande parte de seu caixa em Bitcoin. Em 2025, a MicroStrategy já ultrapassou 226 mil BTC em sua tesouraria.
Por que é relevante?
Saylor defende a tese de que o BTC é um “hedge” contra inflação e um ativo de reserva, incentivando até outras companhias a fazer o mesmo. Essa adoção corporativa reforça a credibilidade institucional do Bitcoin.E os irmãos Winklevos, os gêmeos do Facebook?
Os irmãos Tyler e Cameron Winklevoss, conhecidos por processar o Facebook no passado, são investidores Bitcoin e acumulam cerca de 70 mil BTC. Eles fundaram a corretora Gemini e se tornaram fortes defensores do Bitcoin, ajudando a popularizá-lo como reserva de valor e alternativa ao mercado financeiro tradicional.
7. Fidelity Investments — 181 mil BTC
Outra gigante do setor financeiro tradicional é a Fidelity, que ao longo dos anos expandiu seus serviços para incluir a custódia e negociação de criptomoedas. Em 2025, a Fidelity soma mais de 181 mil BTC sob gestão, reforçando a posição de grandes instituições financeiras no universo das criptomoedas.
Por que é relevante?
Assim como a BlackRock, a Fidelity promove o BTC para uma base ampla de clientes institucionais. Essa adoção por parte de fundos de pensão, seguradoras e grandes empresas reforça a percepção de que o Bitcoin tem espaço dentro de portfólios diversificados.
O que isso significa para o futuro do Bitcoin?
O fato de haver tantas entidades — de governos a gigantes do mercado financeiro — detendo grandes quantias de
BTC ilustra a transição do Bitcoin de um ativo “de nicho” para uma reserva global de valor, disputada tanto por investidores particulares quanto por instituições. Se, por um lado, a concentração em poucas mãos pode gerar incertezas (uma eventual venda massiva poderia derrubar os preços), por outro, indica que o ativo é cada vez mais visto como uma forma legítima de investimento ou proteção.
Para o investidor comum, observar o movimento dessas baleias e grandes detentores torna-se uma forma de acompanhar possíveis tendências. Uma compra considerável por parte de uma dessas instituições pode sinalizar confiança renovada no BTC, enquanto uma venda grande ou um leilão de BTC apreendido por um governo pode gerar quedas rápidas de preço.
De qualquer modo, em 2025, o Bitcoin continua firme como o ativo digital mais relevante do planeta. E, ao que tudo indica, a tendência é de que mais players — sejam países, sejam gigantes de Wall Street — entrem nessa disputa de quem tem mais BTC.
Para quem acompanha o mercado, a lição é clara: manter-se informado sobre as movimentações desses detentores de peso pode fazer toda a diferença na hora de decidir comprar, vender ou apenas segurar suas moedas.
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