A SEC continua pressionando empresas do mercado. Nesta terça-feira (24), a Comissão processou a TrustToken e a TrueCoin, responsáveis pela stablecoin TUSD.
Gary Gensler, presidente da SEC, em testemunho ao congresso americano. Fonte: YouTube/Reprodução.
Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, testemunhou ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara de Deputados dos EUA nesta terça-feira (24). Como destaque, um dos pontos abordados foi o SAB 121, ligado a investimentos em criptomoedas.
Mesmo com seu cargo de presidente da SEC ameaçado, já que Donald Trump prometeu demiti-lo caso seja eleito, Gensler manteve sua postura contrária ao setor de criptomoedas, afirmando que não mudará seu discurso.
A atual gestão da SEC tem sido muito criticada, tanto por empresas do setor cripto quanto por outros membros do governo. Nos últimos anos, a agência processou diversas empresas, desde corretoras até projetos de criptomoedas, e muitos acreditam que ela está barrando o desenvolvimento da indústria.
Gary Gensler diz que não pegará leve com o setor de criptomoedas
Wiley Nickel, congressista americano, questionou a posição de Gary Gensler sobre o SAB 121, notando que a SEC “ultrapassou seu limite de autoridade” e “prejudicou investidores”.
Segundo o congressista, ele tentou entrar em contato com Gensler diversas vezes para falar sobre o tema, mas seu escritório “ignorou totalmente” seus pedidos.
Em suma, o SAB 121 é um projeto de lei que proíbe que bancos e fundos altamente regulados invistam em Bitcoin e outras criptomoedas. Para Nickel, isso é prejudicial para os dois lados da indústria, tanto para quem já está posicionado neste mercado, quanto para quem deseja exposição, mas tem acesso negado.
Em resposta, Gary Gensler se mostrou firme em sua posição, afirmando que as criptomoedas causaram grandes perdas aos seus investidores no passado.
“O escritório do contador-chefe tem emitido boletins contábeis para a equipe. Este é o 121º, porque é o 121º em 50 anos.”
“Empresas públicas estavam fazendo perguntas sobre como fazer a contabilidade de criptomoedas e se elas são um passivo”, continuou Gensler. “E o que descobrimos foi que, após falências seguidas, como FTX, Terraform, Celsius e Voyager, os tribunais de falências têm dito que isso é um passivo da empresa.”
“Então, eu acredito que o boletim contábil emitido pela equipe ajudou as empresas públicas a entender isso.”
O congressista Nickel então afirma que a decisão da SEC foi errada e que ela deixou a ecossistema de criptomoeda menos seguro com o SAB 121. Questionado se ele mudaria de ideia, Gensler afirmou que “não”, explicando que o projeto de lei é uma proteção para investidores, já que seus fundos estariam separados dos fundos empresa.
Ou seja, no caso de uma falência da empresa, os clientes estariam com seus saldos à salvo e não seriam afetados.
Por fim, a SEC continua pressionando empresas do mercado. Nesta terça-feira (24), a Comissão processou a TrustToken e a TrueCoin, responsáveis pela stablecoin TUSD.