O que esperar para o preço do Bitcoin com o halving que se aproxima?
O tema mais quente do universo cripto nesse momento - e que muito provavelmente você já está por dentro - é o halving do Bitcoin, que está para acontecer nos próximos dias.
Não existe exatamente uma data fechada para isso, mas a previsão é que venha a acontecer próximo do dia 20 de abril.
A grande pergunta de um milhão de dólares (ou de dezenas de Bitcoins) é: o que podemos esperar para o preço do clássico ouro virtual a partir dessa mudança?
Antes de tudo: o que é halving mesmo?
Sim, o assunto está em alta, mas podemos começar de uma maneira mais racional, partindo do princípio que você talvez não saiba o que isso significa.
Halving nada mais é do que o momento de mudança na remuneração dos blocos de emissão do Bitcoin. Para além de aspectos técnicos que vêm do projeto original dessa que é a maior cripto de todas até hoje, três pontos são relevantes quando o assunto é o halving em si:
Ele acontece a cada 210 mil blocos minerados;
A remuneração aos mineradores cai pela metade quando um halving acontece; e;
Muito provavelmente nem você que lê essas linhas nem eu que as escrevo veremos o último halving acontecer.
Sobre o primeiro ponto, trata-se de uma tecnicalidade que, como já dito, foi definida no projeto original e que tem relação com a quantidade máxima de Bitcoins que existem e serão minerados - 21 milhões, o que garante a escassez do ativo, assim como ouro, por exemplo.
O segundo aspecto fala sobre o incentivo que existe para que os pontos da rede continuem minerando: mesmo com a recompensa caindo (de 6,25 BTC para 3,125 BTC), o valor unitário do Bitcoin subiu consideravelmente desde o último halving em 2020 (de US$10mil para US$70mil na cotação mais atualizada). Os mineradores fazem essa conta para avaliar se vale a pena continuar no ecossistema.
Já o terceiro item, sobre nenhum de nós ver o último halving virando realidade, tem a ver com a expectativa de quando ele deve ocorrer: levando em conta que, com a capacidade computacional atual, espera-se que um halving ocorra a cada cerca de quatro anos, a última ocorrência é esperada apenas para o ano 2140, até chegarmos nas 21 milhões de unidades de Bitcoin a serem emitidas.
Um grande fator que deve impulsionar os preços pós-halving
Nos últimos meses, com direito a invasão do Twitter (ou X, como preferir) da SEC e tudo, ocorreu nos EUA um evento relevante para o universo cripto: a possibilidade de que ETFs de Bitcoin à vista passem a existir.
Para se ter uma ideia, no momento em que houve a real autorização da SEC, passamos a ter mais de dez ETFs do tipo - hoje temos exatamente onze. O valor sob gestão (que você pode encontrar por aí com a sigla AUM, de Assets Under Management) desses ETFs, que em janeiro não chegava a US$20 bilhões, hoje se aproxima de US$60 bilhões.
E existe um motivo para pensar que isso seja apenas o começo: a entrada do varejo de maneira mais vigorosa no campo de compradores. A explicação desse fator se dá por meio de dois fatores: o histórico de compra de criptos comparando investidores institucionais e o varejo e também um fator regulatório relevante que existe em grandes instituições financeiras americanas.
O primeiro ponto: a imensa maioria de quem compra criptos é o varejo. Investidores institucionais participam do mercado mais ofertando - e servindo como plataforma - do que necessariamente tendo consigo a posse desses ativos.
Mais relevante que isso é o segundo: de acordo com algumas regras nos EUA, instituições financeiras apenas podem ofertar a clientes ETFs que tenham pelo menos 90 dias de existência - para, por exemplo, poderem verificar a qualidade desses itens antes de colocar na prateleira desses clientes e permitir que invistam nessas possibilidades.
E, eis a grande coincidência: esses ETFs estão fechando 90 agora entre abril e maio de 2024.
Por que esse “fator varejo” pode impulsionar a demanda?
Talvez você não entenda qual o ganho de ter o oferecimento de um ETF de Bitcoin por uma instituição financeira americana mais tradicional, mas vamos pensar em um exemplo mais fácil.
Pense em uma pessoa de perfil mais avesso para novos investimentos. E por avesso, o que queremos dizer é: a pessoa até pode arriscar colocar dinheiro em algo novo e nem se assusta tanto com risco e volatilidade, mas só faz isso se não tiver muito trabalho para colocar o dinheiro para trabalhar.
Trata-se aqui do tipo de pessoa que só não investiu em certos ativos porque não sabe como fazer isso.
Agora pense nessa mesma pessoa recebendo notificação da instituição financeira na qual tem conta há muitos anos. O potencial de novos investidores que podem simplesmente entrar nesse mercado porque “agora ficou mais simples” é imenso.
O que esse “fator varejo” tem a ver com o halving?
Alguém pode ter pensando que se “os incentivos ficam menores para quem participa da mineração de Bitcoin a cada halving, então a mineração deve cair”.
Bem, se isso irá acontecer são outros 500, mas a grande informação que é relevante sobre isso é a seguinte: como os esforços para minerar novos blocos serão menos recompensados, ficará um pouco mais difícil (e concorrido) conseguir novas unidades de Bitcoin.
Ou, em termos muito mais diretos: no mesmo momento em que existem ETFs de Bitcoin que serão ofertados aos clientes com maior propensão a comprá-los nos EUA (que é um mercado super relevante para o universo cripto), temos uma dificuldade um pouco maior (com esse incentivo reduzido a cada novo bloco de mineração) de conseguir novas unidades. A demanda vai aumentar e a oferta vai se estabilizando aos poucos.
O movimento de alta no preço do Bitcoin já foi observado no ano passado e continua nesse ano.
Caso você já tenha algum conhecimento da mais indubitável lei econômica que existe - a de oferta e demanda ,- já entendeu o tamanho do potencial que isso traz.
Não somos de cravar preço, mas os fundamentos dessa combinação entre uma demanda potencialmente muito maior e uma oferta que será um pouco mais complicada de obter dão a entender que a cotação do Bitcoin ainda tem intervalo relevante para subir.
Se você entendeu o cenário descrito e concorda com ele, vale pegar uma carona!