O presidente brasileiro fez o discurso de abertura do G20 focado na desigualdade social. Com o mundo produzindo mais de seis bilhões de toneladas de alimentos por ano, Lula disse ser inadmissível pessoas ainda passarem fome.
Foi assim que o líder do Brasil abriu a cúpula e lançou a “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”. O pacto quer alcançar 500 milhões de pessoas em países de baixa e média-baixa renda até 2030.
Lula disse que esteve na primeira reunião de líderes do G20, convocada em Washington no contexto da crise financeira de 2008. E que 16 anos depois “constato com tristeza que o mundo está pior. ” O chefe de estado do Brasil lembrou que atualmente o mundo vive o “maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada”.
Clima, fome e Aliança Global
Para se ter uma ideia, os gastos militares chegam a US$ 2,4 trilhões, valor considerado inaceitável por Lula. Ele citou as consequências dos fenômenos climáticos extremos e os efeitos devastadores “em todos os cantos do planeta”.
O símbolo máximo na nossa tragédia coletiva é a fome e a pobreza, afirmou Lula.
Segundo a FAO, em 2024, cerca de 733 milhões de pessoas estão subnutridas. É como se as populações do Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá, somadas, estivessem passando fome.
Para o presidente do Brasil, a fome e a pobreza não são resultados da escassez ou de fenômenos naturais. Mas sim produto de decisões políticas, que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade.
Líderes do G20 discutem Aliança Global contra Fome. Em destaque, o presidente dos EUA, Joe Biden.
G20 em números
O G20 representa 85% dos US$ 110 trilhões do PIB mundial. O grupo é responsável por 75% dos US$ 32 trilhões do comércio de bens e serviços e 2/3 dos mais de 8 bilhões de habitantes do planeta.
Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamento de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Este será o nosso maior legado. Não se trata apenas de fazer justiça. Essa é uma condição imprescindível para construir sociedades mais prósperas e um mundo de paz.
Lula explicou que a Aliança vai articular recomendações internacionais, políticas públicas eficazes e fontes de financiamento. Ele prometeu tirar o Brasil do Mapa da Fome até 2026.
Já contamos com a adesão de 81 países, 26 organizações internacionais, 9 instituições financeiras e 31 fundações filantrópicas e organizações não-governamentais.
Assim, ele concluiu o discurso de abertura pedindo que a cúpula seja marcada pela coragem de agir
Foi um ano de trabalho intenso, mas este é apenas o começo. A Aliança nasce no G20, mas seu destino é global.
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