Bradesco anuncia primeiras remessas internacionais via stablecoin: ‘Caminho sem volta’
Banco considera que eventuais restrições do BC não devem afetar suas operações via blockchain.
Notícias-Cointelegraph
O Bradesco anunciou esta semana que fará em janeiro de 2025 as primeiras remessas internacionais através de stablecoins, que são criptomoedas pareadas a moedas fiduciárias.
Ao Valor, o banco revelou que as transações on-ramp e off-ramp, que são a conversão de moedas fiduciárias em criptomoedas e vice-versa, serão efetuadas pelo banco através de uma parceria como a empresa de infraestrutura em blockchain Parfin e com a utilização doUSDCR$ 6,19 stablecoin lastreada ao dólar americano emitida pela Circle. As primeiras transações de comércio exterior devem ocorrer em janeiro com, pelo menos, quatro clientes já confirmados.
De acordo com o diretor da área internacional e de câmbio do Bradesco, Roberto Medeiros, a utilização da tecnologia blockchain, através do USDC, possibilita maior eficiência e menor custo. O que começou por causa de alguns exportadores na Bolívia, onde as stablecoins são regulamentadas e facilitaram o recebimento dos clientes.
Segundo o executivo, a desintermediação, a programabilidade e a eficiência da blockchain em relação a sistemas tradicionais de remessas transfronteiriças, como o SWIFT, representam um “caminho sem volta” e não podem mais ser ignorados pelos grandes banco incumbentes.
O executivo ressaltou que todas as transações serão informadas ao Banco Central (BC) e acrescentou que não acredita que a autoridade monetária siga adiante em sua proposta regulatória de limitar em US$ 500 mil pagamentos e transferências transfronteiriças por stablecoins, além de que o teto seria para pessoas físicas e empresas.
Medeiros disse ainda que o banco deve escolher a dedo os clientes, pela aderência aos critérios internacionais de prevenção à lavagem de dinheiro (PLD) e KYC (conheça seu cliente).