A Etiópia, a segunda nação mais populosa de África, com mais de 123 milhões de pessoas, passou por uma transformação notável no que diz respeito às criptomoedas. Inicialmente, o governo proibiu totalmente a criptografia, mas o desenvolvimento recente revela uma mudança histórica.

Notavelmente, o país está atualmente atraindo mineradores de Bitcoin e a tecnologia blockchain está ajudando a Etiópia a verificar fraudes no setor educacional. O país também está a explorar a sua utilização em dinheiro móvel, graças a empresas fintech como a M-PESA, que permite aos comerciantes online negociar criptomoedas e stablecoins em bolsas como a Binance.

Iniciativas Blockchain da Etiópia na educação e além

Curiosamente, o interesse da Etiópia na tecnologia blockchain estende-se para além das fronteiras da criptografia, uma vez que o país iniciou projectos para explorar as suas aplicações em sectores como a gestão da cadeia de abastecimento e o registo de terras.

Uma iniciativa notável é a colaboração da Etiópia com a Input Output Global (IOG) para implementar um programa de identidade digital baseado em blockchain em mais de 3.000 escolas. A parceria visa combater a fraude na educação, digitalizando e verificando com segurança as credenciais acadêmicas.

Atrair mineradores de Bitcoin com energia renovável

Além disso, as condições da Etiópia favorecem a criptografia, uma vez que dispõe de electricidade abundante e acessível, proveniente principalmente de energia renovável. Esta é uma grande atração para os mineradores de Bitcoin que buscam torná-lo um centro de empresas de mineração.

Em fevereiro, a Ethiopian Investment Holdings (EIH) assinou um acordo substancial com o Center Service PLC do West Data Group, com sede em Hong Kong, para lançar operações de mineração de Bitcoin e construir um grande centro de dados para gerenciar atividades de mineração de criptografia e treinamento em IA.

Evolução da criptografia regulatória da Etiópia

No entanto, tudo isto não era possível há dois anos devido à política governamental. Em junho de 2022, o Banco Nacional da Etiópia (NBE) declarou ilegal o comércio de criptomoedas no país. O banco central enfatizou que o Birr Etíope continua sendo a única moeda com curso legal, alertando sobre as consequências jurídicas para quaisquer transações realizadas com criptomoedas.

Na altura, a NBE justificou a sua posição afirmando que a falta de supervisão regulamentar em torno dos activos digitais tornava-a propensa a riscos de branqueamento de capitais. Além disso, alegou que a criptografia poderia resultar em instabilidade financeira.

O governo etíope, no entanto, mudou a sua estratégia há cerca de dois meses, ao exigir que todos os operadores de criptomoedas se registassem na Agência de Segurança da Rede de Informação (INSA). Segundo a agência, o objetivo era atender ao crescente interesse de pessoas físicas e jurídicas em oferecer serviços relacionados à criptografia, incluindo mineração e transferências.

Apesar da falta de legislação clara por parte do governo etíope que permita o uso generalizado de criptomoedas, tem havido um aumento notável na adoção de criptomoedas no país. As estatísticas disponíveis mostram que mais de 1,8 milhões de utilizadores estão activos no país.

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