O investidor médio de Bitcoin é um gênio financeiro de caráter impecável, de acordo com uma nova pesquisa. Investidores canadenses, pelo menos.
Stefano Di Demonico, cientista comportamental e professor assistente da Universidade de Toronto, está finalizando um estudo conjunto sobre a “composição psicológica e alfabetização financeira dos Bitcoiners”. Embora os resultados ainda não tenham sido divulgados oficialmente, ele apresentou suas descobertas na Conferência Canadense de Bitcoin no início deste mês.
Com base em uma amostra de 500 investidores de varejo canadenses em criptomoedas, o coautor observou que suas descobertas contradizem equívocos comuns sobre o grupo demográfico, muitas vezes caricaturados como “criptomanos” imaturos que são irresponsáveis com seu dinheiro.
“Os Bitcoiners tendem a ser intelectualmente curiosos e emocionalmente estáveis”, escreveu Di Domenico no LinkedIn sobre suas descobertas no início deste mês. “Eles valorizam o crescimento pessoal, os relacionamentos, a comunidade e a saúde acima dos bens materiais e de ter uma imagem de ‘alto status’.”
A pesquisa incluiu mais de 350 perguntas destinadas a abordar mais de uma dúzia de hipóteses. Di Domenico reconheceu a contribuição de "colegas agnósticos sobre Bitcoin" pelas "contribuições críticas e de mente aberta" e observou que as descobertas ainda estão sendo preparadas para revisão por pares.
“Meus colegas e eu estamos ansiosos para terminar nosso artigo e compartilhar um conjunto de descobertas mais completo e detalhado”, tuitou Di Domenico hoje.
Mesmo assim, os primeiros resultados do estudo contrastam fortemente com um estudo de alto perfil coberto pelo New York Post dois anos atrás, que resumiu suas descobertas em uma manchete dizendo que os Bitcoiners são “psicopatas que não se importam com ninguém”.
Esse estudo, conduzido por cientistas da Universidade de Tecnologia de Queensland, na Austrália, disse que muitos investidores em criptografia exibiam todos os quatro traços da “tétrade sombria”, incluindo narcisismo, maquiavelismo, psicopatia e sadismo. Um dos autores admitiu, no entanto, que sua pesquisa com 566 pessoas cobriu “apenas um subconjunto de pessoas interessadas em criptografia que possuem essas características.”