• Os custodiantes e bolsas de criptografia de Hong Kong discordam sobre a custódia de ativos.

  • O CEO da Zodia defende a gestão independente dos ativos dos clientes.

  • Apenas algumas bolsas cumpriram os requisitos de licenciamento em Hong Kong.

Os custodiantes e bolsas de criptomoedas de Hong Kong encontram-se em desacordo sobre a custódia dos ativos dos clientes, desencadeando um debate controverso na florescente indústria de criptografia da cidade.

Na vanguarda desta disputa está a Zodia Custody, uma empresa apoiada pelo gigante bancário britânico Standard Chartered. O CEO da Zodia, Kal Chan, tem defendido veementemente a supervisão regulatória especificamente adaptada aos custodiantes de criptomoedas. Chan afirma que a prática actual de bolsas que gerem tanto os seus fundos como os activos dos clientes pode levar a percepções de mistura de activos, minando a confiança no mercado.

Este sentimento é ecoado pelo desejo da Zodia de trabalhar em estreita colaboração com os reguladores para desenvolver regulamentos que permitiriam aos depositários gerir os activos dos clientes de forma independente, separada das operações de câmbio. Segundo Chan, tal quadro regulamentar inspiraria confiança entre os investidores institucionais, que priorizam a segurança e a transparência ao escolher onde armazenar os seus ativos digitais.

No entanto, nem todos na indústria partilham do ponto de vista de Chan. Gary Tiu, diretor executivo e chefe de assuntos regulatórios da OSL, uma bolsa licenciada com sede em Hong Kong, argumenta que a estrutura regulatória existente já garante a proteção dos ativos dos clientes. Tiu afirma que qualquer duopólio percebido nos serviços de custódia é resultado da maturidade do mercado e não de deficiências regulatórias.

A OSL, juntamente com a Hashkey, outra bolsa licenciada, domina atualmente o mercado de custódia em Hong Kong. Ambas as empresas administram fundos de clientes, além de operarem como bolsas. Tiu destaca que essas plataformas passam por rigorosas auditorias anuais para garantir o cumprimento das normas regulatórias e salvaguardar os ativos dos clientes.

Apesar das posições opostas, há sinais de que os reguladores podem estar abertos a considerar mudanças. Chan espera um período de consultas ainda este ano, sinalizando a vontade dos reguladores de abordar as preocupações levantadas pelos custodiantes.

A proliferação de plataformas de negociação criptográfica não regulamentadas em Hong Kong complica ainda mais o debate sobre as regulamentações de custódia. Os reguladores financeiros têm instado as bolsas a solicitarem licenças, mas até agora apenas algumas cumpriram. Este impulso regulatório indica a necessidade de diretrizes claras em relação às práticas de custódia no mercado de criptomoedas.

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