O Banco Central da Nigéria (CBN) deu um passo significativo ao instruir quatro empresas fintech proeminentes – OPay, PalmPay, Kuda Bank e Moniepoint – a suspender a integração de novos clientes. Esta decisão surge na sequência de alegações que ligam estas fintechs a transações cambiais ilícitas, na sequência do bloqueio pela Comissão de Crimes Económicos e Financeiros (EFCC) de 1.146 contas bancárias associadas a transações cambiais não autorizadas. A directiva do CBN sublinha o seu compromisso de defender a integridade do sistema financeiro e de combater os crimes financeiros.

Em resposta à directiva, uma notável startup fintech lamentou a suspensão temporária de novas inscrições, citando desafios operacionais. Representantes de duas das empresas afetadas reconheceram a ordem do CBN, mas levantaram preocupações sobre o aparente alvo das fintechs, apesar de a maioria das contas implicadas serem detidas por bancos comerciais.

Os membros da indústria oferecem uma perspectiva diferenciada, sugerindo que o foco do CBN nas fintechs pode fazer parte de uma agenda regulatória mais ampla. Esta agenda pode abranger preocupações sobre processos frouxos de Know Your Customer (KYC) e o papel potencial das plataformas fintech na facilitação de interrupções no comércio de criptografia. Discussões recentes entre a CBN, a Agência de Segurança Nacional (NSA) e as fintechs afetadas indicam ainda um nível mais profundo de escrutínio regulamentar.

No entanto, uma análise detalhada revela que apenas uma pequena fracção – 10% – das contas bloqueadas está associada a fintechs, sendo a maioria detida por bancos comerciais. Apesar das afirmações em contrário, a NSA distanciou-se da directiva, indicando uma potencial discórdia nos círculos reguladores.

À medida que o setor fintech passa por um escrutínio regulatório reforçado, surgem questões sobre as implicações a longo prazo para a inovação e a dinâmica do mercado. As auditorias contínuas dos processos KYC e dos compromissos regulamentares acrescentam ainda mais incerteza ao caminho a seguir.

A directiva do CBN sublinha o delicado equilíbrio entre a supervisão regulamentar e a promoção da inovação no ecossistema fintech da Nigéria. A colaboração entre reguladores, fintechs e partes interessadas da indústria será fundamental na formação de um cenário financeiro resiliente e inclusivo.

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