Numa atualização reveladora do banco central da Rússia, tornou-se claro que, no meio das atuais tensões internacionais, o yuan chinês está a emergir como um ativo crucial para as reservas de reserva da Rússia. De acordo com um artigo da Bloomberg News publicado em 29 de Março, a autoridade financeira russa expressou a falta de alternativas viáveis ​​ao yuan, na sequência das repercussões económicas das acções do Kremlin na Ucrânia e das subsequentes sanções internacionais.

A Bloomberg destaca que, de acordo com o relatório anual do banco central, as opções para moedas de reserva são notavelmente escassas para a Rússia, dada a natureza precária dos instrumentos financeiros das nações que mantêm uma postura amigável em relação a ela. As questões citadas incluem a elevada volatilidade destas moedas alternativas, a baixa liquidez dos seus mercados e as restrições à movimentação de capitais dentro destes países, contribuindo todas para a proeminência do yuan na estratégia de reservas da Rússia.

Este desenvolvimento ressalta a dinâmica de mudança nas relações econômicas da Rússia, conforme observado pela Bloomberg. Com o Ocidente virando as costas por meio de sanções em resposta ao conflito na Ucrânia, a Rússia tem se inclinado cada vez mais para a Ásia — mais notavelmente a China — para sustentar sua economia. O crescente relacionamento comercial com a China desempenhou um papel fundamental em permitir que a Rússia navegasse pelos desafios econômicos impostos pelas sanções ocidentais, juntamente com o aumento dos gastos governamentais.

Um detalhe interessante da cobertura da Bloomberg revela a ascensão do yuan no ecossistema financeiro da Rússia; ele ultrapassou o dólar americano como a moeda mais frequentemente negociada. Isso marca uma mudança significativa em relação ao período anterior ao início do conflito Rússia-Ucrânia, quando a presença do yuan nos mercados russos era praticamente despercebida.

Além disso, a Bloomberg relata que, em 22 de março, as reservas internacionais da Rússia foram avaliadas em US$ 590,1 bilhões, refletindo uma redução de US$ 40 bilhões em dois anos de conflito. Esse número inclui US$ 300 bilhões em ativos congelados por nações ocidentais — uma situação que o banco central russo está ativamente buscando navegar, afirmando direitos de propriedade sobre essas reservas bloqueadas.

Apesar das sanções e congelamentos de ativos, os valores de reserva da Rússia experimentaram um aumento marginal em 2023, principalmente atribuído ao aumento do preço do ouro, conforme detalhado pela Bloomberg. Em um movimento em direção à opacidade, o banco central russo deixou de divulgar a composição específica de suas reservas internacionais desde o início da guerra, optando, em vez disso, por relatar apenas as proporções de ouro e moeda estrangeira mantidas.

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