Em quatro países europeus, a Binance interromperá os serviços de negociação de uma dúzia de moedas de privacidade, incluindo Monero e Zcash.
A bolsa citou a conformidade regulamentar como a principal razão para este desenvolvimento, com a UE a avançar com o MiCA.
Os usuários refletem sobre o efeito da exclusão de moedas de privacidade, que ganharam força nos últimos anos após regulamentações severas.
Moedas de privacidade como Monero e Zcash protegem as identidades e transações dos usuários dos reguladores, mas foram criticadas por ajudar na lavagem de dinheiro e outras atividades ilegais.
A Binance anunciou sua decisão de remover doze moedas de privacidade na França, Espanha, Itália e Polônia, na esteira das novas regulamentações de criptomoedas. A principal bolsa de ativos digitais interromperá os serviços de negociação para usuários de uma dúzia de moedas de privacidade a partir de 26 de junho.
As moedas de privacidade afetadas incluem Monero (XMR), Verge (XVG), MobileCoin (MOB), Firo (FIRO), BEAM, Zcash (ZEC), Horizon (ZEN), Navcoin (NAV), PIVX, Secret (SCRT), Decred (DCR) e traço (DASH).
O anúncio ocorre quando as autoridades da União Europeia (UE) começaram a aplicar vários aspectos da estrutura dos Mercados de Criptoativos (MiCA). A MiCA se opõe às moedas de privacidade, a menos que tal empresa possa verificar a identidade de seus usuários. Isso é um exagero, já que muitos argumentaram que isso pode anular o propósito das moedas de privacidade.
Alguns reguladores da UE criticaram as criptomoedas por atuarem como catalisadores para impulsionar as operações de lavagem de dinheiro e outras transações ilícitas em todo o mundo. A Binance afirmou que sua decisão de deslistar os ativos foi baseada no cumprimento regulatório, já que a exchange visa observar todas as leis do mercado financeiro.
“Como parte dos processos contínuos de conformidade da Binance, entramos em contato com os usuários afetados para notificá-los de que eles não poderão mais comprar ou negociar tokens de privacidade em nossa plataforma”, diz o comunicado.
Reações duras acompanham a decisão da Binance
Embora os maus atores possam usar moedas de privacidade para transações ilegais, os usuários argumentaram que uma proibição total é um alcance até mesmo para a UE. Tanto os usuários de ativos digitais quanto os executivos do setor criticaram a medida, com alguns chamando-a de uma “tentativa dos reguladores de minar o setor, uma moeda de cada vez”.
Apesar de expressar sua decepção, Guy Zyskind, CEO da Secret, observou que Secret não é essencialmente uma moeda de privacidade e não deveria ser incluída na proibição.
“Segredo não é uma moeda de privacidade. Entramos em contato com a Binance para esclarecer isso. As transações do Secret são públicas, são dados em contratos inteligentes que permanecem confidenciais. Na verdade, Secret é muito mais apropriado para aplicações do tipo GDPR no cenário blockchain”, disse ele.
Os usuários do Twitter atacaram o desenvolvimento, lamentando a enorme pressão exercida pelos reguladores sobre as trocas de ativos digitais.