Do Kwon é cofundador e CEO da Terraform Labs, a empresa por trás do protocolo Terra blockchain. Terra é um projeto que utiliza stablecoins atreladas a moedas fiduciárias para facilitar pagamentos globais. O token nativo do Terra é o LUNA, que é utilizado para estabilizar o preço das stablecoins e participar da governança do protocolo. No entanto, Kwon se encontra em uma situação jurídica complicada, pois enfrenta acusações na Coreia do Sul e nos Estados Unidos por suposta fraude em ativos criptográficos.
A ascensão e queda da Terra e LUNA
Terraform Labs foi fundado em 2018 com a visão de criar um sistema de pagamentos descentralizado que aproveite os benefícios das criptomoedas sem sofrer com sua volatilidade. Para isso, desenvolveu o Terra, um protocolo que emitia stablecoins ancoradas em diferentes moedas fiduciárias, como o dólar americano, o euro, o yuan chinês ou o won coreano. Essas stablecoins poderiam ser trocadas por LUNA, o token nativo da Terra, que funcionava como reserva de valor e mecanismo de ajuste de oferta e demanda.
A Terraform Labs também criou outras aplicações baseadas em seu protocolo, como o Mirror, plataforma que permitia a criação e negociação de tokens sintéticos que replicavam o preço de ativos reais, como ações, commodities ou índices de ações. Esses tokens eram chamados de mAssets e podiam ser adquiridos com UST, stablecoin da Terra atrelada ao dólar americano. Outra aplicação foi o Anchor, um protocolo de empréstimo que oferecia aos usuários um retorno fixo pelo depósito de suas stablecoins. O projeto Terraform Labs atraiu muitos investidores, tanto institucionais como retalhistas, que viram nele uma oportunidade de acesso a um ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi) inovador e rentável. O preço do LUNA disparou, passando de cerca de US$ 0,2 no início de 2020 para mais de US$ 20 em abril de 2022. A capitalização de mercado do LUNA ultrapassou US$ 10 bilhões, colocando-o entre as 10 criptomoedas mais valiosas do mundo.
O sucesso do Terraform Labs também despertou o interesse das autoridades reguladoras, que começaram a investigar as suas atividades em busca de suspeitas de irregularidades. Em maio de 2022, ocorreu um evento catastrófico que causou o colapso do império da Terra: a UST perdeu sua indexação ao dólar e despencou para menos de US$ 0,1, levando consigo o preço do LUNA e dos demais tokens da plataforma. Milhares de investidores perderam as suas poupanças e o mercado das criptomoedas entrou em pânico.
As acusações contra Kwon e sua empresa
Após o colapso da Terra, as autoridades da Coreia do Sul, país de origem de Kwon, iniciaram uma investigação para determinar as causas e responsabilidades do evento. Os promotores sul-coreanos acusaram Kwon e sua empresa de violar as leis de valores mobiliários e de manipular o preço do LUNA. De acordo com os promotores, Kwon e sua empresa orquestraram uma fraude multimilionária de criptoativos que causou o colapso das criptomoedas terra e luna em maio de 2022, causando perdas de cerca de US$ 40 bilhões aos investidores.
Os promotores alegaram que Kwon e sua empresa mentiram aos investidores sobre o funcionamento e a segurança de seu protocolo e que usaram técnicas fraudulentas para inflar artificialmente a demanda e o preço do LUNA. Essas técnicas incluem a criação de contas falsas, a realização de transações fictícias, a divulgação de informações falsas e enganosas e a coordenação com outros participantes do mercado para manipular o preço. Os promotores também alegaram que Kwon e sua empresa aproveitaram sua posição dominante no mercado para obter lucros ilícitos às custas dos investidores.
Fora da Coreia do Sul, Kwon também enfrenta acusações nos Estados Unidos, onde um júri federal em Nova Iorque devolveu oito acusações contra ele por vários tipos de fraude, incluindo fraude online e fraude organizada. A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) também abriu um processo civil contra Kwon e sua empresa, acusando-os de oferecer e vender títulos não registrados e de enganar os investidores sobre as características e riscos de seus produtos. Segundo a SEC, Kwon e sua empresa levantaram bilhões de dólares de investidores com a venda de uma série de criptoativos vinculados ao seu protocolo, como UST, LUNA, MIR e mAssets, sem fornecer informações adequadas ou cumprir as regulamentações aplicáveis.
Kwon pode pegar até 40 anos de prisão se for extraditado para a Coreia do Sul ou para os Estados Unidos, onde é procurado por danos causados a investidores e ao mercado de criptomoedas.
A situação atual de Kwon e sua defesa
Kwon foi preso em Montenegro em 16 de março de 2024, enquanto tentava embarcar em um voo para Dubai. Ele estava sob um mandado de prisão da Coreia do Sul, que solicitou sua extradição. No entanto, segundo os seus advogados, Kwon não será extraditado antes do final de março de 2024, uma vez que Montenegro não tem tratados de extradição com nenhum dos dois países que o reivindicam. Os advogados também afirmaram que Kwon é inocente das acusações e irá cooperar com as autoridades para provar isso.
Os advogados de Kwon argumentaram que sua empresa não cometeu nenhuma fraude, mas sim foi vítima de um ataque cibernético que desestabilizou seu protocolo e causou o colapso de suas criptomoedas. Segundo os advogados, Kwon e sua empresa agiram de boa fé e transparência, e não tiveram a intenção de enganar ou prejudicar ninguém. Os advogados também argumentaram que as criptomoedas oferecidas pela sua empresa não eram valores mobiliários, mas sim produtos inovadores que não estavam sujeitos a regulamentação na Coreia do Sul ou nos Estados Unidos.
O preço do LUNA caiu 4,66% nas últimas 24 horas, sendo negociado a US$ 0,681765 por token, segundo o CoinMarketCap. A capitalização de mercado da LUNA é de US$ 452,8 milhões, ocupando a 134ª posição entre as criptomoedas. O volume de negócios do LUNA nas últimas 24 horas foi de US$ 58,9 milhões. Do Kwon é um dos empresários mais polêmicos do mundo das criptomoedas, pois é acusado de estar por trás de uma das maiores fraudes da história do setor. Sua empresa, a Terraform Labs, criou um protocolo blockchain que prometia revolucionar os pagamentos globais com stablecoins, mas acabou entrando em colapso e causando enormes prejuízos aos investidores. Kwon está atualmente detido em Montenegro, aguardando a resolução da sua situação jurídica. Enquanto isso, o futuro do seu projeto e do seu token LUNA é incerto. Colombo!
A reação da comunidade criptográfica
O caso Do Kwon e Terraform Labs tem gerado grande polêmica e debate na comunidade criptográfica, que tem se dividido entre quem apoia e quem critica o empresário e seu projeto. Alguns defensores do Kwon argumentaram que esta é uma perseguição injusta por parte das autoridades reguladoras, que não compreendem nem aceitam a inovação que a Terra e os seus criptoativos representam. Estes defensores lançaram campanhas de apoio nas redes sociais, utilizando a hashtag FreeDoKwon e apelando à sua libertação imediata.
Por outro lado, alguns dos detractores de Kwon expressaram a sua indignação e decepção com a alegada fraude que cometeu e exigiram que lhe fosse feita justiça e que fosse forçado a devolver o dinheiro aos investidores afectados. Esses detratores acusaram Kwon de ser um fraudador, manipulador e irresponsável, que prejudicou a reputação e a confiança no setor de criptomoedas. Estes detractores lançaram campanhas de denúncia nas redes sociais, utilizando a hashtag JailDoKwon e apelando à sua pena máxima.
O impacto no mercado de criptomoedas
O colapso da Terra e do LUNA teve um impacto negativo no mercado de criptomoedas, que sofreu uma queda acentuada em maio de 2022. De acordo com o índice global de criptomoedas da CoinMarketCap, o valor total de mercado de todas as criptomoedas passou de cerca de 2,5 trilhões de dólares no início de maio para cerca de 1,5 biliões no final desse mês, o que representa uma perda de 40%. Muitas das principais criptomoedas, como Bitcoin, Ethereum, Binance Coin ou Cardano, perderam entre 30% e 50% do seu valor nesse período.
O caso Terra e LUNA também suscitou maior atenção e escrutínio por parte das autoridades reguladoras de todo o mundo, que começaram a tomar medidas para controlar e supervisionar o setor das criptomoedas. Alguns países, como a China, a Índia ou a Turquia, anunciaram restrições ou proibições de atividades relacionadas com criptomoedas, como mineração, comércio ou pagamentos. Outros países, como os Estados Unidos, o Reino Unido ou o Japão, anunciaram planos para regular e supervisionar as criptomoedas, especialmente aquelas que são consideradas valores mobiliários ou derivados.
As perspectivas futuras da Terra e do LUNA
Apesar da situação legal de Kwon e da crise Terra e LUNA, alguns dos seguidores e desenvolvedores do projeto manifestaram a intenção de continuar com o protocolo e suas aplicações. Segundo eles, o Terra tem um enorme potencial para transformar o mundo das finanças descentralizadas e não se pode permitir que o caso de Kwon estrague tudo. Esses apoiadores e desenvolvedores afirmaram que estão trabalhando para melhorar a segurança, estabilidade e escalabilidade do Terra e para reconquistar a confiança de investidores e usuários.
Especialistas e analistas têm sido mais céticos e pessimistas sobre o futuro da Terra e do LUNA e alertaram que o projeto está fadado ao fracasso. Segundo eles, o Terra tem sérios problemas de design, governança e conformidade e não conseguirá sobreviver ao escândalo Kwon e à pressão regulatória. Esses especialistas e analistas recomendaram aos investidores e usuários que fiquem longe do Terra e do LUNA e procurem outras alternativas mais seguras e confiáveis no mercado de criptomoedas.
Do Kwon e Terraform Labs, um dos temas mais relevantes e polêmicos do mundo das criptomoedas. Esperamos que tenha gostado e que tenha ajudado você a se informar e a formar sua opinião sobre o assunto.
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