Verão criptográfico: bitcoin ultrapassa barreira de US$ 57 mil e atinge maior valor em mais de dois anos
A moeda digital mais popular atinge valores que não eram observados desde 2021, tendência que também se reflete no ether; os fatores que explicam esses aumentos
Após dois anos negativos para a indústria de criptomoedas, no último mês foram divulgadas algumas notícias positivas para o mercado que acabaram impulsionando o preço das principais moedas digitais. Hoje, tanto o bitcoin quanto o ether registram valores que não eram observados desde 2021, e os investidores estão entusiasmados...
Bitcoin, nesta terça-feira chega a US$ 57.071. Trata-se de um aumento de US$ 3.695 nas últimas 24 horas, equivalente a um avanço percentual de 6,9%. No último mês, subiu 33,5% e 142% desde o final de fevereiro do ano passado.
A última vez que um valor semelhante foi observado foi em dezembro de 2021, após ter atingido o pico histórico de US$ 64.978 em novembro desse mesmo ano. Porém, desde então o preço desabou e em novembro de 2022 atingiu um piso em torno de US$ 16.445, após a indústria sofrer fortes abalos com o colapso da moeda Terra/Luna e o julgamento da plataforma criptográfica FTX por fraude e lavagem de dinheiro.
Após o mercado baixista de 2022, caracterizado por uma perda de confiança no ecossistema, 2023 foi um ano de recuperação para a criptografia em todo o mundo. De janeiro a dezembro, a capitalização de mercado e o volume de criptografia processada aumentaram de forma constante. No início de 2024 estávamos 40% abaixo do máximo histórico, atingido em novembro de 2021.
O otimismo criptográfico também se reflete no ether, já que hoje atinge US$ 3.239, cerca de US$ 96 a mais do que há 24 horas (+3%). É um avanço de 42% em dólares desde o início de fevereiro. Neste caso, é o valor mais elevado desde abril de 2022, embora ainda pareça longe do seu máximo histórico de 4.733 dólares em novembro de 2021.
Existem três fatores fundamentais que explicam o motivo do renascimento da demanda por bitcoin.
Em abril deste ano ocorrerá o quarto halving, evento pré-agendado que ocorre a cada 210 mil blocos minerados (aproximadamente a cada quatro anos). Isso reduzirá pela metade as recompensas de bitcoin que os mineradores recebem pela verificação de transações.
Até abril de 2024, a oferta de bitcoin já terá atingido 93,75% do seu máximo. Os restantes pouco mais de 6% serão emitidos lentamente ao longo dos próximos 80 anos. A política monetária controlada e transparente do Bitcoin, bem como o seu acesso livre e global, posicionam-no como uma das melhores reservas de valor a longo prazo.
Outra novidade que impulsionou as criptomoedas foi a aprovação do fundo negociado em bolsa (ETF) que acompanha o preço do bitcoin. Depois de muita expectativa, este instrumento foi lançado em meados de janeiro e permitiu que investidores institucionais investissem neste segmento.
A capitalização de mercado do ETF bitcoin (mais de US$ 39 bilhões) já ultrapassou a do ETF prata (mais de US$ 12 bilhões) e está apenas abaixo do ETF ouro (cerca de US$ 97 bilhões nos Estados Unidos).
Outro fator que explica a ascensão da criptomoeda são os ciclos do preço do bitcoin. Apresentaram um comportamento consistente com períodos de crescimento sustentado e durante os quais atingiram os seus máximos históricos e depois estabilizaram quando foram alcançados. Isso sempre começa com a redução pela metade no horizonte.
Além das particularidades do criptoecossistema, 2024 e 2025 podem ser anos favoráveis para o mercado financeiro em geral. Porque? Porque se espera uma redução nas taxas de juros estabelecidas pelo Federal Reserve dos Estados Unidos (FED). Um contexto macroeconômico favorável com acesso ao financiamento, somado ao halving do bitcoin, poderia não apenas afetar positivamente o preço do Bitcoin, mas também impulsionar todo o ecossistema.
