De acordo com a Cointelegraph, provas de conhecimento zero (ZK), um método de verificação de informações sem revelar seus conteúdos específicos, ganharam popularidade na criação de produtos de identidade descentralizados. No entanto, Ingo Rübe, CEO e cofundador do KILT Protocol, destacou os desafios na adoção governamental e institucional devido à complexidade técnica das provas de ZK.
Em uma entrevista, Rübe explicou que identificadores descentralizados, como dados biométricos, poderiam ser seletivamente compartilhados e verificados onchain usando Merkle Trees. Este método, compreendido por todos os cientistas da computação, oferece maior facilidade, velocidade e eficiência em comparação com ZK-proofs. Ele também alertou que o software de código aberto comumente usado em soluções ZK poderia representar um risco de violações de dados em massa, já que as empresas geralmente dependem de bibliotecas de terceiros sem responsabilidade clara.
Rübe enfatizou a importância de usar blockchains públicos sem permissão para armazenar a validade das credenciais, permitindo que os usuários possuam e criem seus identificadores digitais, que são armazenados localmente e verificados por meio de redes descentralizadas. O World Wide Web Consortium desenvolveu um padrão para soluções de identidade descentralizadas em 2022, ressaltando o crescente interesse neste campo.
Apesar das barreiras técnicas, várias entidades estão explorando soluções de identidade com tecnologia ZK. Em outubro de 2024, Buenos Aires anunciou o lançamento da identificação descentralizada para residentes usando o ZKsync Era. Além disso, em 17 de outubro, a World, anteriormente conhecida como Worldcoin (WLD), apresentou a próxima geração de orbs de coleta de dados biométricos e o programa World ID Credentials. Esta iniciativa permitirá que indivíduos com passaportes governamentais habilitados para NFT registrem sua identidade no sistema World.
Rübe observou que diferentes abordagens para soluções de identidade descentralizadas, incluindo provas de ZK, são adequadas para vários casos de uso. No entanto, ele comparou o uso de provas de ZK para identidade descentralizada a “pegar uma bazuca e tentar matar uma mosca”, indicando que métodos mais simples podem ser mais eficazes para certas aplicações.