TLDR
O banco português Investimentos Globais (BiG) suspendeu todas as transferências fiduciárias para plataformas de criptomoedas, enquanto outros grandes bancos portugueses continuam a permitir tais transferências
O banco, que administra aproximadamente € 7 bilhões em ativos, implementou essa restrição em meio à crescente supervisão regulatória de criptomoedas em Portugal
Portugal passou de um ambiente de criptomoedas isento de impostos para implementar um imposto de ganhos de capital de 28% sobre participações de criptomoedas de curto prazo em 2023
A mudança ocorre como parte de mudanças regulatórias europeias mais amplas, incluindo o Regulamento de Mercados de Criptoativos
A decisão do BiG gerou críticas de figuras da indústria de criptomoedas, incluindo o cofundador da Delphi Labs, José Maria Macedo
Uma grande instituição financeira portuguesa, a Investimentos Globais (BiG), suspendeu todas as transferências de moeda fiduciária para plataformas de criptomoedas, marcando uma mudança notável no ambiente bancário tradicionalmente favorável às criptomoedas de Portugal. O banco, que administra ativos no valor de aproximadamente € 7 bilhões (US$ 7,2 bilhões), implementou essa mudança de política no início de 2025.
A restrição foi trazida à atenção pública pela primeira vez por meio das mídias sociais, quando o cofundador do Delphi Labs, José Maria Macedo, compartilhou a notícia em sua conta do Twitter. Macedo expressou forte oposição à decisão do banco, sugerindo que tais ações podem levar mais pessoas a soluções financeiras baseadas em blockchain.
Um dos maiores bancos portugueses, o BIG, está agora a bloquear transferências para bolsas de criptomoedas, citando a orientação do BCE sobre "riscos associados a ativos virtuais"
A criptomoeda é inevitável, os bancos estão mortos e esses abusos de poder só vão levar mais pessoas a moverem suas riquezas para a cadeia pic.twitter.com/QFTfWCcKdz
— José Maria Macedo (@ZeMariaMacedo) 7 de janeiro de 2025
Esta restrição bancária parece estar isolada ao BiG, já que outras instituições financeiras portuguesas continuam a processar transações relacionadas a criptomoedas. A Caixa Geral de Depósitos, o maior banco de Portugal, mantém suas políticas existentes permitindo transferências fiduciárias para plataformas de criptomoedas, de acordo com vários relatórios de usuários.
O desenvolvimento representa um contraste com a posição anterior de Portugal sobre operações de criptomoedas. Até recentemente, o país era conhecido como um paraíso para atividades de criptomoedas, com a Autoridade Tributária e Aduaneira Portuguesa declarando em 2019 que as transações de criptomoedas estavam isentas tanto do imposto sobre valor agregado quanto do imposto sobre ganhos de capital.
No entanto, o cenário regulatório começou a mudar em 2023, quando Portugal introduziu novas regulamentações fiscais para participações em criptomoedas. Sob essas regras, os lucros de criptoativos mantidos por menos de 365 dias estão sujeitos a um imposto de ganhos de capital de 28%, enquanto participações de longo prazo permanecem isentas de impostos, com algumas exceções para certos tokens e jurisdições.
A decisão da BiG se alinha com desenvolvimentos regulatórios mais amplos em toda a Europa, particularmente a implementação do Markets in Crypto-Assets Regulation. Esta estrutura visa estabelecer regras consistentes para ativos digitais em toda a União Europeia e afetará como as instituições financeiras interagem com plataformas de criptomoedas.
O ambiente regulatório em mudança em Portugal reflete desenvolvimentos semelhantes em todo o mundo, já que diferentes países adotam abordagens variadas para regulamentação e tributação de criptomoedas. Essas abordagens variam de aceitação total a supervisão e controle mais rigorosos.
O feedback dos usuários sugere que o impacto da decisão do BiG foi limitado devido à disponibilidade de opções bancárias alternativas em Portugal. Muitos usuários de criptomoedas relataram continuar com sucesso suas transações por meio de outras instituições financeiras.
A ação do banco desencadeou discussões dentro da comunidade de criptomoedas de Portugal sobre o relacionamento entre instituições bancárias tradicionais e plataformas de ativos digitais. Observadores da indústria notam que tais restrições podem influenciar como os usuários escolhem seus provedores bancários.
Dados recentes indicam que a adoção de criptomoedas em Portugal continua relativamente modesta, com aproximadamente 2,6% da população detendo criptoativos. Este número fornece contexto para entender a escala de impacto que a mudança de política do BiG pode ter no mercado português mais amplo.
O momento da decisão do BiG coincide com o aumento da atenção regulatória às transações de criptomoedas em toda a União Europeia. As instituições financeiras estão adaptando suas políticas para se alinharem aos novos requisitos de conformidade e estruturas de gerenciamento de risco.
Especialistas bancários observam que a abordagem do BiG representa uma das respostas mais rigorosas às transações relacionadas a criptomoedas entre as instituições financeiras portuguesas. Outros bancos no país mantiveram políticas mais permissivas enquanto implementavam procedimentos de monitoramento aprimorados.
A postura evolutiva de Portugal sobre a regulamentação de criptomoedas demonstra os desafios enfrentados por países que tentam equilibrar a inovação financeira com a supervisão regulatória. A mudança do país de um ambiente livre de impostos para uma estrutura regulatória mais estruturada ilustra esse ajuste contínuo.
A implementação técnica das novas restrições no BiG inclui sistemas automatizados para identificar e bloquear transferências para plataformas de criptomoedas conhecidas. O banco atualizou seus sistemas de monitoramento de transações para impor essas novas políticas.
Os desenvolvimentos mais recentes indicam que o BiG não anunciou nenhum cronograma para potencialmente suspender essas restrições, e o banco continua mantendo sua posição sobre transferências de plataformas de criptomoedas a partir do início de 2025.
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