O Telegram, o aplicativo de mensagens conhecido por seu foco em privacidade e liberdade de expressão, revelou que forneceu dados sobre mais de 2.200 usuários às autoridades dos EUA em 2024.

Isso marca uma mudança significativa para a plataforma, que anteriormente limitava o compartilhamento de dados dos usuários a casos relacionados ao terrorismo.

De acordo com o mais recente Relatório de Transparência do Telegram e reportagens da 404media, o aplicativo atendeu 900 pedidos do governo dos EUA, afetando 2.253 usuários em 2024. A maioria desses pedidos ocorreu entre outubro e dezembro, após uma atualização de política em setembro.

Essa mudança expandiu a cooperação do Telegram com a aplicação da lei para incluir casos relacionados a cibercrime, venda de bens ilegais e fraudes online. Antes de setembro, o aplicativo havia atendido apenas 14 pedidos, afetando 108 usuários.

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Mudança de política do Telegram

A mudança de política do Telegram ocorreu após seu CEO, Pavel Durov, ter sido preso na França em agosto por recusar-se a ajudar em uma investigação de abuso infantil. Logo depois, a plataforma esclareceu que forneceria números de telefone e endereços IP em resposta a ordens legais válidas além de casos relacionados ao terrorismo.

O Telegram enfrentou críticas por seu papel duplo como uma ferramenta para a livre expressão e um centro de atividade ilícita. Redes criminosas supostamente usam o aplicativo para negociar dados hackeados, lavar criptomoedas roubadas e vender bens ilegais.

Um relatório das Nações Unidas destacou que as exchanges de criptomoeda não licenciadas anunciam serviços de lavagem de dinheiro no Telegram, com algumas afirmando mover milhões de dólares em fundos roubados diariamente.

Essa mudança de política levanta questões sobre o equilíbrio entre a privacidade do usuário e as necessidades da aplicação da lei. Embora o Telegram continue sendo uma ferramenta vital para comunicação segura, sua postura em evolução sobre o compartilhamento de dados reflete a pressão crescente sobre as empresas de tecnologia para lidar com o uso criminoso de suas plataformas.

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