A Coinbase, uma das maiores plataformas de criptomoedas do mundo, divulgou documentos que indicam tentativas direcionadas da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) de restringir o acesso dos bancos ao bitcoin e outras criptomoedas. Essas cartas, chamadas de "cartas de suspensão", contêm recomendações para que os bancos se abstenham de ofertas relacionadas a serviços de criptomoedas, incluindo transações simples de bitcoin.

Contexto da publicação

A publicação das cartas foi possível por uma solicitação da Coinbase protocolada em outubro de 2024 sob o Freedom of Information Act (FOIA). A solicitação foi feita para esclarecer as suposições de que os bancos que trabalham com criptomoedas podem ser limitados em colocar depósitos de criptomoedas no nível de 15%.

Em resposta, o FDIC entregou os documentos em dezembro, mas a maioria deles estava fortemente redigida. Um pedido repetido da Coinbase nos permitiu obter versões mais completas, que foram publicadas em 6 de dezembro de 2024.

O conteúdo das cartas

O advogado geral da Coinbase, Paul Grewal, disse que as cartas demonstram um esforço coordenado para reprimir a indústria de criptomoedas. Os documentos contêm apelos para que os bancos suspendam ou se abstenham completamente de transações com criptomoedas. Grewal observou:

"Elas demonstram um esforço coordenado para conter uma ampla gama de atividades de criptomoedas, desde transações simples de bitcoin até ofertas mais complexas."

Durante a segunda investigação, o FDIC também encontrou e-mails adicionais que Grewal disse enfatizarem a necessidade de transparência. A Coinbase pediu ao Congresso que iniciasse audiências sobre o assunto.

Alegações da Operação "Chokepoint 2.0"

Grewal também afirmou que essas ações fazem parte da suposta operação "Chokepoint 2.0", destinada a dificultar o desenvolvimento da indústria de criptomoedas nos Estados Unidos. Segundo ele, a administração do presidente Joe Biden está coordenando esses esforços para limitar o acesso das empresas de criptomoedas aos serviços bancários.

Resposta do FDIC

O FDIC negou anteriormente as alegações de discriminação contra empresas de criptomoedas. Em 2022, a agência publicou um memorando interno com instruções para supervisores sobre como interagir com bancos que oferecem serviços de criptomoedas.

O documento do FDIC não indica explicitamente a necessidade de evitar trabalhar com criptomoedas, mas um rascunho foi fornecido para respostas aos bancos notificando-os sobre suas iniciativas de criptomoedas. Este rascunho ecoa parcialmente as cartas publicadas pela Coinbase.

Em dezembro de 2024, o presidente do FDIC, Martin Gruenberg, afirmou que a agência não impede que empresas de criptomoedas acessem serviços bancários, mas esses bancos devem passar por uma supervisão mais rigorosa.

A reação da indústria de criptomoedas

O acesso a serviços bancários continua sendo uma questão prioritária para os players do mercado de criptomoedas nos Estados Unidos. O presidente eleito Donald Trump, que assumiu o cargo, deve revisar a política de interação entre bancos e a indústria de criptomoedas.

A publicação das cartas do FDIC aumenta a pressão sobre o governo e o setor bancário, enfatizando a necessidade de transparência e regras claras para o mercado de criptomoedas.

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