Recentemente, o Banco do Povo da China publicou o (Relatório de Estabilidade Financeira (2024)), que menciona especificamente os avanços na regulamentação global das criptomoedas e enfatiza as iniciativas inovadoras de Hong Kong no processo de conformidade de ativos criptográficos. Este relatório não apenas indica a atenção da China ao mercado global de criptomoedas, mas também reflete um alto reconhecimento do modelo regulatório de Hong Kong.

Com a volatilidade do mercado de ativos criptográficos, a regulamentação das criptomoedas está avançando rapidamente em todo o mundo. De acordo com o relatório, desde a turbulência do mercado em 2022, os preços e volumes de negociação de ativos criptográficos aumentaram significativamente em 2023, com um valor de mercado global chegando a US$ 1,55 trilhões até o final do ano, um crescimento de 10,71% em relação ao ano anterior. No entanto, os riscos de estabilidade financeira trazidos pelos ativos criptográficos chamaram a atenção da comunidade internacional.

Até o momento, 51 países e regiões implementaram proibições ou normas legais relevantes. Por exemplo, os Estados Unidos já adotaram um quadro legal existente para regular ativos criptográficos e aprovaram a listagem de um ETF de bitcoin à vista no início de 2024, mas a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) enfatizou que essa aprovação não representa apoio ao bitcoin. Enquanto isso, a União Europeia lançou a primeira legislação completa de regulamentação de ativos virtuais do mundo (Regulamento do Mercado de Ativos Criptográficos) (MiCA), que entrará em vigor no final de 2024. Além disso, Cingapura e Japão estabeleceram estruturas regulatórias rigorosas para stablecoins, a fim de aumentar a confiança do mercado. Essas iniciativas demonstram que os países estão reforçando a regulamentação de ativos criptográficos, enquanto buscam equilibrar inovação e conformidade.

Além disso, o relatório menciona especificamente as iniciativas inovadoras de Hong Kong na regulamentação de criptomoedas - o sistema de dupla licença. Este sistema classifica os ativos virtuais em duas categorias: 'tokens de segurança' e 'tokens não-securitários', cada um sujeito a um quadro regulatório distinto (Lei de Valores Mobiliários e Futuros) e (Lei de Combate à Lavagem de Dinheiro). A implementação deste sistema não apenas fornece uma base legal para as transações de criptomoedas, mas também prepara o terreno para o desenvolvimento futuro do mercado.

De acordo com o sistema de dupla licença de Hong Kong, as plataformas de negociação de ativos virtuais precisam solicitar as licenças correspondentes e seguir requisitos rigorosos de conformidade, incluindo divulgação de dados de negociação, gestão de riscos e normas de combate à lavagem de dinheiro. Além disso, grandes instituições financeiras, como o HSBC e o Standard Chartered, já incorporaram as exchanges de ativos criptográficos em sua vigilância diária.

A implementação deste sistema estabeleceu um bom exemplo de conformidade e inovação em todo o mundo, mostrando como encontrar um equilíbrio entre a proteção dos interesses dos investidores e o fomento ao desenvolvimento de fintechs. Além disso, a exploração de Hong Kong fornece evidências contundentes sobre a importância dos modelos regulatórios regionais e serve como referência para a possível formulação de políticas na China no futuro.

Além disso, o relatório analisa os potenciais riscos financeiros que os ativos criptográficos podem trazer, especialmente após o aumento da aplicação nos setores de pagamentos e investimentos de varejo, que podem representar desafios para algumas economias. Para enfrentar esses riscos, o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) lançaram em conjunto um quadro global de regulamentação de ativos criptográficos e estabeleceram o princípio de 'mesmas atividades, mesmos riscos, mesma regulamentação', com o objetivo de unificar padrões regulatórios, reduzir comportamentos de arbitragem e melhorar a colaboração internacional.

O FSB enfatizou em suas recomendações de 2023 que as autoridades reguladoras devem ter plenos poderes para monitorar ativos criptográficos e promover o compartilhamento de dados para prevenir riscos financeiros sistêmicos. Além disso, os emissores de stablecoins devem cumprir requisitos de adequação de capital e liquidez para garantir sua solvência.

De acordo com os planos do Banco do Povo da China, nos próximos dois anos, haverá um acompanhamento contínuo da implementação das recomendações regulatórias internacionais e uma avaliação de sua eficácia. Ao mesmo tempo, o relatório pede que mais economias com negócios significativos de criptomoedas transfronteiriços participem da cooperação regulatória global para reduzir ainda mais a volatilidade e os riscos do mercado. Com o fortalecimento da cooperação internacional e a melhoria contínua da regulamentação local, o mercado de criptomoedas tem potencial para avançar em direção à conformidade e estabilização.

Em geral, a publicação do relatório gerou amplas discussões, com muitas pessoas se perguntando se a China reabrirá o mercado de criptomoedas no futuro, especialmente no contexto de um sistema regulatório global em amadurecimento. De qualquer forma, a atitude e as políticas da China terão um impacto profundo no futuro do mercado de criptomoedas, o que realmente merece nossa atenção contínua.