O delicado equilíbrio do Federal Reserve: enfrentando a pressão inflacionária sob as políticas de Trump
À medida que 2025 se aproxima, o presidente do Fed, Powell, enfrenta um desafio difícil de equilibrar. Por um lado, ele se esforça para evitar um confronto com o governo Trump; por outro lado, ele deve enfrentar a pressão inflacionária que as políticas de Trump podem gerar.
Após o sucesso de Trump na reeleição, as ações do Federal Reserve estão sob os holofotes. No início de novembro, Powell anunciou que o Fed não definirá taxas de juros com base em suposições sobre as políticas do novo governo; no entanto, a própria política de taxas de juros precisa ser 'proativa', o que coloca o Fed em uma situação difícil.
Na semana passada, o Fed cortou as taxas de juros em 25 pontos base, ainda assim, novas previsões mostram que os oficiais esperam que a magnitude dos cortes no próximo ano será menor, principalmente porque eles antecipam que a pressão sobre os preços será mais persistente do que se esperava anteriormente. O economista-chefe dos EUA do Morgan Stanley, Michael Gapen, apontou que as reuniões recentes do Fed foram mais 'hawkish' do que o esperado, contradizendo a afirmação anterior de que não especulariam sobre políticas.
Dados econômicos mostram que a inflação nos EUA diminuiu significativamente nos últimos 18 meses, mas as propostas de Trump, como aumentar ou impor novas tarifas e apertar as regras de imigração, podem impulsionar os preços e salários a curto prazo. Embora seus assessores acreditem que medidas como a desregulamentação e a promoção da produção de energia possam compensar o impacto do aumento dos preços de bens, os economistas ainda têm dúvidas sobre isso.
Powell tenta manter a cultura apolítica do Fed, evitando controvérsias políticas provocadas por comentários públicos de colegas, e secretamente exorta seus pares a serem cautelosos em suas declarações. No entanto, alguns oficiais do Fed ainda sugerem que uma mudança de política mais repentina pode ser considerada.
O roteiro de 2018 pode não ser mais aplicável. Naquela época, Trump intensificou a guerra comercial, e o Fed acabou cortando as taxas de juros, mas agora a situação é diferente. Naquela época, a taxa de inflação estava baixa, e agora a inflação está acima da meta, e as condições econômicas básicas também mudaram.
Quanto ao compromisso de Trump em fortalecer o controle de fronteiras, seu impacto na economia ainda é difícil de avaliar. Economistas preveem que, se as políticas do novo governo reverterem a atual situação de oferta favorável, o Fed poderá manter as taxas de juros inalteradas. Ao mesmo tempo, a forma como os aumentos de preços se transmitem e a fase do ciclo econômico afetarão o grau em que as empresas podem repassar custos, impactando assim a trajetória da inflação. O Fed enfrentará muitos fatores complexos e incertos na formulação de políticas futuras, exigindo uma ponderação cuidadosa para manter a estabilidade econômica.