O Ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, anunciou que empresas russas começaram a usar Bitcoin e outras criptomoedas para comércio internacional.
“Tais transações já estão ocorrendo. Acreditamos que elas devem ser expandidas e desenvolvidas ainda mais”, ele disse à Russia 24 TV. Ele também deixou claro que isso é apenas o começo, chamando os pagamentos criptográficos de “o futuro do comércio internacional”.
Da proibição do Bitcoin à adoção total
A história das criptomoedas na Rússia tem sido selvagem. Em 2017, o governo olhou para a tecnologia blockchain como uma criança curiosa com um brinquedo novo, mas rapidamente pisou no freio, proibindo criptomoedas para pagamentos. A desculpa oficial? Preocupações com a estabilidade financeira e prevenção de atividades obscuras.
Avançando para 2020, as regras se suavizaram, mas não muito. A criptomoeda foi legalizada, mas seu uso para transações permaneceu fora de questão.
Agora, 2024 virou o jogo. Os legisladores da Rússia deram luz verde à mineração, com efeito a partir de 1º de novembro, e legalizaram o uso de criptomoedas para pagamentos transfronteiriços. O momento não é aleatório. Com as sanções tornando os canais de comércio tradicionais quase impossíveis, a criptomoeda se tornou a tábua de salvação.
A Rússia não está jogando pequeno aqui. Somente em 2023, o país minerou 54.000 Bitcoins, arrecadando 50 bilhões de rublos (cerca de 550 milhões de dólares) em receita tributária. Com novas leis em vigor, o potencial de crescimento é massivo.
O presidente Vladimir Putin apoiou-os, criticando os EUA por usarem o dólar como uma arma política. “Os EUA minam o papel do dólar como moeda de reserva global”, disse ele no início deste mês, chamando o Bitcoin de uma alternativa viável. E para reforçar, ele acrescentou: “Ninguém no mundo pode regular o Bitcoin.”
O país agora é o segundo maior centro de mineração de Bitcoin do mundo, logo atrás dos Estados Unidos. Por quê? Eletricidade barata e clima frio. Condições perfeitas para operar rigs de mineração 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Mas aqui está o problema: toda essa mineração vem com uma conta de eletricidade enorme. Para manter as coisas sob controle, o governo impôs proibições de mineração em dez regiões, incluindo Daguestão e Chechênia. A partir de 1º de janeiro, essas proibições durarão seis anos.
E não para por aí. Restrições sazonais estão definidas para áreas com alto consumo de energia, como Irkutsk durante o inverno. A Europa Oriental já é um centro de atividade cripto, e a Rússia está liderando a carga.
Entre julho de 2023 e junho de 2024, a região lidou com 499 bilhões de dólares em valor de criptomoeda on-chain, e a Rússia ficou em sétimo lugar globalmente em adoção de criptomoedas. Essas plataformas permitem que os usuários contornem os bancos tradicionais, que se tornaram cada vez mais isolados devido às sanções.
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