O banco central da Rússia está prestes a desenvolver uma nova plataforma que o ajudará a combater serviços OTC de criptomoedas ilegais e atividades financeiras suspeitas.

O banco central da Rússia está supostamente planejando criar uma nova plataforma com o objetivo de dificultar que negócios clandestinos abusem dos serviços bancários para atividades ilegais, incluindo plataformas de balcão de criptomoedas para fiat que contornam os procedimentos KYC.

O Banco da Rússia está colaborando com o órgão regulador financeiro do país, Rosfinmonitoring, bancos e especialistas locais para criar um sistema que ajude a identificar e bloquear clientes envolvidos em transações financeiras ilegais, informou o veículo de notícias RBC da Rússia, citando Bogdan Shablya, chefe do serviço de monitoramento financeiro e controle de câmbio do Banco da Rússia.

A plataforma permitirá, segundo relatos, que o banco central compartilhe informações sobre atividades suspeitas com credores financeiros, ajudando-os a prevenir transações financeiras ilegais. O foco está em indivíduos — também conhecidos como "droppers" — que oferecem seus cartões bancários para lavagem de dinheiro ou atividades ilegais, incluindo transações para drogas, cassinos online, intercâmbios de criptomoedas/serviços OTC, ou sites pirateados.

Você também pode gostar: Rússia imporá controles regionais sobre mineração de criptomoedas a partir de janeiro de 2025

Banco de dados centralizado

Shablya explicou que o banco central já estabeleceu sistemas de monitoramento online com certos bancos para rastrear transações individuais. No entanto, no momento, ele só pode compartilhar informações sobre "droppers" com os bancos onde esses clientes possuem contas. Como os maus atores costumam abrir contas em múltiplos bancos, há uma necessidade de centralizar os dados e "compartilhar informações com todas as instituições de crédito", acrescentou Shablya.

No momento, os bancos não têm autoridade para recusar a abertura de conta a uma pessoa com base apenas em informações que sugerem que ela pode estar envolvida em atividades de drop. O máximo que um banco pode fazer atualmente é abrir uma conta e bloquear os serviços de banco remoto dessa conta. No entanto, essas decisões muitas vezes são tomadas após transações suspeitas já terem ocorrido, explicou Shablya.

O cronograma para o lançamento da plataforma é incerto, já que Shablya mencionou que a questão "ainda está em desenvolvimento" e enfatizou que o banco central busca encontrar uma "solução aceitável" que aborde o problema sem criar tensão social ou afetar cidadãos honestos.

Leia mais: O governador do banco da Rússia confirma que não há planos de investir em criptomoedas