A BlackRock, empresa líder mundial em gestão de ativos, supostamente gastou US$ 1 bilhão em bitcoins logo na véspera do declínio acentuado do preço do BTC. Este último foi desencadeado pelo anúncio do presidente do Fed sobre a mudança de ritmo para o corte de taxas. O anúncio foi acompanhado por declarações que lançaram uma sombra sobre os planos estratégicos de reserva de Bitcoin.
📉 A correção de preço do Bitcoin continua na sexta-feira, 20 de dezembro! 🇺🇸 A criptomoeda líder caiu mais de 13% em apenas 48 horas, caindo de uma alta histórica de US$ 108.364.💔 Essa mudança significativa no mercado se deve em grande parte ao recente corte de taxa "hawkish" de 0,25% do Federal Reserve dos EUA e...
— Bitcoin.com News (@BTCTN) 20 de dezembro de 2024
18 de dezembro de 2024 será lembrado como o dia em que o presidente do Federal Reserve dos EUA, Jerome Powell, incendiou o mercado de criptomoedas com algumas frases. O Fed, para a surpresa de muitos, propôs uma redução dos cortes de taxas para 2025: haverá dois cortes de taxas de juros no próximo ano em vez de quatro, como era esperado antes.
As taxas de juros mais baixas geralmente alimentam o mercado de criptomoedas. Portanto, a redução do corte de taxa é um sinal de baixa. Além disso, Powell disse que o banco central não tem permissão e nem está interessado em manter nenhum Bitcoin (BTC).
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Vários especialistas chamam o corte de 25 pontos-base nas taxas de fundos federais de "hawkish" ou mesmo "agressivo". O movimento causou uma venda de pânico no mercado de criptomoedas. O Bitcoin caiu 13% em 48 horas. Muitas altcoins tiveram uma queda de preço ainda mais severa: Dogecoin perdeu 26%, Ether caiu 16%, enquanto XRP caiu 18%. Os dados da CoinGlass indicam que mais de 1,4 bilhão de dólares em posições longas alavancadas foram liquidadas em um único dia. Os mercados de ações também tiveram uma queda substancial.
Um investimento de um bilhão de dólares da BlackRock em Bitcoin foi um erro fatal?
Alguém pode pensar que comprar $1 bilhão em BTC um dia antes da queda teria sido uma catástrofe. No entanto, podemos pegar o exemplo da BlackRock e ver como um momento tão infeliz para uma compra massiva pode não ser mortal a longo prazo.
De acordo com Arkham, a BlackRock gastou US$ 1,5 bilhão em bitcoins na semana. Um investimento de US$ 1 bilhão em Bitcoin foi feito pouco antes da queda no preço entre US$ 103 mil e US$ 107 mil, o que significa que a empresa comprou quase 10.000 BTC.
Em 20 de dezembro, a BlackRock possuía mais de 553.000 BTC, o que é cerca de 2,6% do fornecimento total de Bitcoin. Este investimento foi um aumento de 1,8% no total de participações em BTC do IBIT (BlackRock’s iShares Bitcoin Trust).
De acordo com os últimos dados da Fintel, as participações totais da BlackRock são avaliadas em US$ 4,7 trilhões. No entanto, outras fontes estimam as participações da BlackRock em mais de US$ 11 trilhões. A participação do Bitcoin nessas participações é bem pequena, o que está em linha com a recente recomendação da BlackRock de alocar até 2% do Bitcoin em um portfólio multiativos para se proteger contra a turbulência do mercado.
É claro que perder uma oportunidade de compra melhor que ocorreu no dia seguinte, quando o preço do BTC caiu abaixo de US$ 93.000, foi lamentável. No entanto, o valor do portfólio geral da BlackRock é alto o suficiente para absorver essa queda de valor sem muito drama. Considerando quantas vezes o Bitcoin estava "quebrando" apenas para se recuperar em um valor mais alto, essa queda de preço é insignificante. O que importa mais é o fato de adquirir mais bitcoins, que continuam a crescer em valor e ficam mais escassos com o tempo.
BlackRock e a discussão sobre a escassez de Bitcoin
Parece que a BlackRock é a principal beneficiária da escassez do Bitcoin. Curiosamente, foi a BlackRock que deu início ao debate online sobre a imutabilidade dos famosos 21 milhões de hard caps do Bitcoin.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS: BlackRock lança vídeo educacional de 3 minutos explicando o que é #Bitcoin. pic.twitter.com/EjqBbV0GRn
— Bitcoin Magazine (@BitcoinMagazine) 17 de dezembro de 2024
Em 18 de dezembro, a BlackRock lançou um vídeo educacional de 3 minutos explicando os fundamentos do Bitcoin. Em algum momento do vídeo, podemos ver o subtítulo que diz: “Não há garantia de que o limite de fornecimento de 21 milhões do Bitcoin não será alterado”.
Esta pequena observação não passou despercebida pelos entusiastas e profissionais de cripto. O historiador do Bitcoin e fundador do Gorilla Pool, Kurt Wuckert Jr., foi ao X para levantar a questão sobre as possíveis razões que fizeram a BlackRock “lubrificar a ideia de adicionar inflação”.
A remoção do limite de fornecimento de 21 milhões não é impossível. A comunidade Bitcoin pode fazer isso por meio de um hard fork. No entanto, as implicações de tal movimento podem abalar a sustentabilidade futura da primeira criptomoeda. Em geral, a segurança do Bitcoin deve-se ao incentivo dos mineradores. No entanto, se a escassez de Bitcoin não for mais uma coisa, o valor da recompensa pode cair, tornando a rede menos protegida e mais vulnerável.
Vários usuários responderam a Wuckert que veem a menção da potencial remoção do hard cap como uma isenção de responsabilidade formal feita para evitar processos judiciais no caso de o Bitcoin se tornar inflacionário. Outros expressaram a opinião de que o Bitcoin bifurcado que não terá um limite de 21 milhões será algo diferente e não um Bitcoin, enquanto a comunidade hardcore ficará com a versão original.
Conclusão
A BlackRock está disposta a experimentar o ativo relativamente novo. Não importa quanto do suprimento total de BTC já seja de propriedade desta empresa, ela não arriscará investir nele mais do que pode perder, e a recente compra é apenas mais uma compra feita por uma corporação que definitivamente vê valor no próprio Bitcoin. Afinal, 1 bitcoin vale 1 bitcoin.
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