O mundo das criptomoedas, embora esteja vivenciando um aumento na adoção e no valor de mercado, também está lidando com uma dura realidade: um aumento significativo nas perdas devido a hackers.

Um novo relatório da empresa de análise de blockchain Chainalysis revela que os fundos roubados de plataformas de criptomoedas saltaram para impressionantes US$ 2,2 bilhões em 2024, um aumento de 21% em relação ao ano anterior.

Esse aumento alarmante ressalta as vulnerabilidades persistentes no espaço de ativos digitais e as táticas sofisticadas empregadas pelos criminosos cibernéticos.

- Os hacks de criptomoedas ultrapassam US$ 1 bilhão pelo quarto ano consecutivo -

Este ano marca o quarto ano consecutivo em que as perdas com hacks de criptomoedas ultrapassaram a marca de US$ 1 bilhão, solidificando uma tendência preocupante na indústria. O número de incidentes de hacking também aumentou para 303 em 2024, ante 282 em 2023.

No total, os hackers roubaram US$ 1,8 bilhão em 2023.

O aumento no volume e na frequência desses assaltos indica a necessidade de protocolos de segurança aprimorados e contramedidas robustas.

A ascensão do Bitcoin e o lado negro do crescimento

O aumento no hacking de criptomoedas ocorre em um momento em que o Bitcoin (BTC-USD) teve um aumento notável, subindo 140% este ano e ultrapassando US$ 100.000, atraindo maior participação institucional e até mesmo apoio do presidente eleito dos EUA, Donald Trump.

Como Eric Jardine, líder de pesquisa de crimes cibernéticos da Chainalysis, observa: “À medida que o mercado de ativos digitais cresce, é comum ver o uso ilícito de criptomoedas crescer em conjunto”.

Essa correlação representa um grande obstáculo para o setor, destacando o desafio de proteger ativos digitais em meio à rápida expansão.

Jardine sugere ainda que “Combater a proliferação desses crimes — especialmente fraudes — será, sem dúvida, um desafio fundamental para a indústria no novo ano”.

Comprometimentos de chave privada

O relatório da Chainalysis indica que comprometimentos de chaves privadas, que controlam o acesso aos ativos dos usuários, foram responsáveis ​​pela maioria das criptomoedas roubadas neste ano.

A maioria desses ataques teve como alvo plataformas centralizadas, destacando os riscos associados a esses tipos de trocas.

Alguns dos incidentes mais notáveis ​​incluíram o roubo de mais de US$ 305 milhões da exchange de criptomoedas japonesa DMM Bitcoin em maio, e a perda de US$ 235 milhões da WazirX da Índia em julho.

Esses assaltos ressaltam as vulnerabilidades significativas presentes na infraestrutura atual.

O papel crescente da Coreia do Norte no hacking de criptomoedas

O relatório também destaca a tendência preocupante de invasão de criptomoedas ligada à Coreia do Norte, que mais que dobrou em relação ao ano anterior, atingindo um recorde de US$ 1,3 bilhão em 2024.

Isso representa uma parcela significativa das perdas totais, destacando as implicações geopolíticas desses crimes cibernéticos.

As Nações Unidas declararam que a criptomoeda permite que a Coreia do Norte contorne sanções internacionais.

Embora a Coreia do Norte negue rotineiramente qualquer envolvimento em ataques cibernéticos ou roubos de criptomoedas, os dados indicam uma ligação clara entre o país e atividades ilícitas de criptomoedas.

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