TLDR

  • A República Tcheca aprova lei isentando imposto sobre ganhos de capital em criptomoedas para ativos mantidos por mais de 3 anos

  • Transações abaixo de 100.000 coroas ($4.200) anualmente não precisarão de declaração fiscal

  • Bancos checos proibidos de negar serviços a provedores de ativos virtuais

  • A Argentina aprova acesso a ETFs de criptomoedas estrangeiras através de CEDEARs

  • Dois novos CEDEARs de ETF de criptomoedas lançados junto com produtos que acompanham ouro, o mercado chinês e o S&P 500

A República Tcheca deu um passo importante na regulamentação de criptomoedas ao aprovar uma nova legislação que elimina os impostos sobre ganhos de capital em ativos digitais mantidos por mais de três anos. O projeto de lei, aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada, alinha-se à implementação do quadro de Mercados em Ativos Cripto (MiCA) da União Europeia.

Sob a nova lei, os investidores checos não precisarão reportar transações de criptomoedas em suas declarações fiscais se suas transações anuais totais permanecerem abaixo de 100.000 coroas, aproximadamente $4.200. O Primeiro-Ministro Petr Fiala enfatizou os benefícios práticos, afirmando,

“Isso significa que, por exemplo, comprar café com bitcoin ou satoshis não será mais uma transação tributável. Facilitamos a vida das pessoas e apoiamos tecnologias modernas.”

Nós implementamos melhores condições para criptomoedas. Nosso deputado @j_havranek fez um grande trabalho nisso, dedicando-se intensamente a isso por 2 anos.

Agora será aplicado um teste de tempo, que garantirá que, se você mantiver criptomoedas por mais de três anos, sua venda não será tributada. O teste de valor novamente… pic.twitter.com/dHFESRvcD3

— Petr Fiala (@P_Fiala) 6 de dezembro de 2024

A legislação aborda uma questão de longa data no setor de criptomoedas checo, proibindo os bancos de negarem serviços a provedores de serviços de ativos virtuais (VASPs). Esta disposição visa acabar com a relutância histórica da indústria bancária em trabalhar com empresas de criptomoedas, apesar de sua crescente conexão com o setor financeiro e de pagamentos.

No entanto, a nova lei checa enfrentou críticas de especialistas financeiros. A filial local da KPMG apontou que a legislação carece de uma definição clara de ativos digitais e depende fortemente da regulamentação do MiCA, que pode não abranger todos os tipos de tokens. Também permanecem questões sobre os métodos para calcular os períodos de posse dos ativos.

A República Tcheca se estabeleceu como um jogador notável na indústria de criptomoedas, particularmente através da Trezor, um dos principais fabricantes de carteiras de hardware do mundo, com sede no país. Este novo quadro fiscal coloca a nação ao lado de outros países que trabalham para formalizar a tributação de criptomoedas.

Para comparação, a Rússia recentemente promulgou legislação tratando ativos digitais como propriedade, isentando lucros de IVA enquanto implementa taxas de imposto de renda de 13% para ganhos abaixo de $22.400 e 15% acima desse limite. A Coreia do Sul propôs aumentar seu limite de tributação de $1.800 para $36.000 para corresponder às regulamentações do mercado de ações, embora a implementação tenha sido adiada até 2027.

Em um desenvolvimento separado, a Argentina expandiu seu acesso ao mercado financeiro ao permitir que investidores locais participem de ETFs globais de criptomoedas. A Comissão Nacional de Valores (CNV) agora permite que instituições locais emitam CEDEARs (Certificados de Depósito Argentinos) de ETFs que acompanham vários ativos, incluindo criptomoedas.

Os CEDEARs funcionam de forma semelhante aos American Depositary Receipts (ADRs) nos Estados Unidos, permitindo que investidores argentinos invistam em valores mobiliários estrangeiros sem a necessidade de contas offshore. Enquanto as leis financeiras argentinas permitiram CEDEARs de ETF há seis anos, estes representam as primeiras emissões reais.

O presidente da CNV, Roberto Silva, aprovou cinco novos produtos, incluindo dois que acompanham ETFs de criptomoedas emitidos nos EUA. Os três CEDEARs restantes acompanham ouro, o índice do mercado de ações chinês e o índice S&P 500. Silva notou: “É um prazer anunciar essas primeiras aprovações, que constituem novas opções de investimento previstas nesta lei muito inovadora.”

O mercado de ETFs de criptomoedas dos EUA viu um crescimento substancial desde sua introdução, com ETFs de Bitcoin sendo lançados em janeiro e ETFs de Ethereum seguindo em julho. Esses produtos atraíram bilhões em investimentos, embora tenham levado à concentração de ativos digitais entre grandes empresas de Wall Street. O ETF iBIT da BlackRock, por exemplo, administra $34 bilhões em Bitcoin.

Outros países seguiram o exemplo dos EUA na adoção de ETFs de criptomoedas. Tailândia e Hong Kong lançaram produtos semelhantes este ano, embora não tenham alcançado os níveis de sucesso dos EUA. A Agência de Serviços Financeiros do Japão mantém uma posição conservadora em relação aos ETFs de criptomoedas, enquanto a Coreia do Sul adotou uma abordagem de esperar para ver.

A isenção fiscal da República Tcheca vai além das transações padrão de criptomoedas. A lei visa simplificar o uso diário de criptomoedas enquanto incentiva a posse de longo prazo. Essa abordagem dupla criou algumas contradições em seus objetivos: enquanto promove o uso de criptomoedas para pagamentos regulares ao aumentar o limite de tributação, também incentiva a posse de ativos por períodos prolongados.

Os bancos na República Tcheca agora devem fornecer serviços a empresas de criptomoedas, marcando uma mudança em relação às práticas anteriores. Essa mudança pode levar a uma maior integração entre o sistema bancário tradicional e o setor de criptomoedas.

A análise da KPMG destaca desafios técnicos específicos na legislação checa. A falta de diretrizes detalhadas para o cálculo dos períodos de posse pode criar dificuldades práticas tanto para investidores quanto para autoridades fiscais.

O momento dessas mudanças regulatórias coincide com desenvolvimentos globais mais amplos na regulamentação de criptomoedas. Vários países continuam a adaptar suas estruturas para abordar o crescente mercado de criptomoedas enquanto mantêm a estabilidade financeira e a proteção do investidor.

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