Cash App—o aplicativo de pagamento impulsionado pelo fundador do Twitter, Jack Dorsey—encerrou seu suporte para pagamentos de Bitcoin entre pares (P2P) gratuitos.
“O Cash App não suportará mais o envio e recebimento de Bitcoin entre $cashtags,” começando em 20 de dezembro, lê-se em um anúncio recente. No entanto, clientes fora de Nova York ainda podem usar a Lightning Network para receber ou enviar Bitcoin.
Além disso, “Presentes em Bitcoin também ainda estarão disponíveis,” disse a empresa. As mudanças envolvem apenas o suporte ao Bitcoin, com transferências feitas em moeda fiduciária não sendo afetadas.
Um porta-voz do Cash App disse ao Decrypt que a decisão foi tomada “para focar nossos recursos internos nos produtos e serviços que os detentores de Bitcoin no aplicativo usam e valorizam mais.” O representante da empresa também afirmou que a firma continua “comprometida em construir produtos inovadores e acessíveis para clientes que usam Bitcoin.”
O Cash App foi lançado em 2013 sob seu nome original, Square. Começou como um sistema de pagamento P2P semelhante ao Venmo do PayPal. Desde então, expandiu para suportar transferências e aquisições de Bitcoin, investimentos em ações, poupança, empréstimos e cartões pré-pagos Visa.
Embora a empresa não compartilhe as estatísticas de uso do Bitcoin na plataforma, seus registros regulatórios mostram que o suporte ao Bitcoin está gerando lucro para o Cash App. Documentos mostram que no Q4 de 2023 a empresa gerou mais de $65 milhões em lucro bruto de Bitcoin—um aumento de cerca de 90% em comparação com o Q4 de 2022.
Relatórios do final de fevereiro mostraram que o aplicativo Block Inc. viu “o valor total de vendas de Bitcoin vendido para clientes—o qual reconhecemos como receita de Bitcoin—foi de $2,52 bilhões, um aumento de 37% ano a ano.” Dados do BusinessDasher mostram que o super-aplicativo de pagamento atualmente tem mais de 57 milhões de usuários ativos em sua plataforma.
As mudanças internas seguem relatórios de maio que indicavam que os recursos do Cash App levaram promotores federais dos Estados Unidos a investigar suas práticas de conformidade. Documentos internos supostamente admitiram que “devido à natureza do produto,” seus clientes “não parecem deixar saldos armazenados no Cash App por muito tempo,” levando a uma “capacidade limitada de bloquear um saldo armazenado ou rejeitar fundos.”
“Em praticamente todas as situações, os saldos foram esgotados no momento da revisão,” destacou a empresa.
O relatório também observou que o Cash App estava envolvido em pequenas transações envolvendo países sancionados, incluindo Rússia, Irã, Cuba e Venezuela. O relatório segue a investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre a principal exchange de cripto Binance por possíveis violações de sanções russas em maio.
Editado por Stacy Elliott.
