Reguladores brasileiros miram stablecoins lastreadas em moeda estrangeira

O Banco Central do Brasil (BCB) apresentou uma proposta regulatória para proibir plataformas de permitir saques de stablecoins para carteiras de autocustódia.

Esta iniciativa faz parte de um esforço mais amplo do país para regulamentar seu setor de criptomoedas em rápida expansão.

Brasil pretende regular criptomoedas com novas restrições de stablecoins

O rascunho regulatório, anunciado em 29 de novembro, tem como alvo específico “tokens denominados em moedas estrangeiras”. Pela proposta, as exchanges de criptomoedas no Brasil não teriam mais permissão para facilitar a transferência dessas stablecoins para carteiras de autocustódia.

“O prestador de serviços de ativos virtuais é proibido de transferir ativos virtuais denominados em moeda estrangeira para uma carteira de autocustódia,” afirmou a proposta.
Além disso, a proposta busca alinhar o tratamento das criptomoedas com instrumentos financeiros existentes, como investimentos diretos estrangeiros e crédito externo. Os prestadores de serviços de ativos virtuais seriam obrigados a cumprir regulamentos financeiros internacionais e relatar informações dos clientes ao banco central.

O BCB destaca os potenciais benefícios dos ativos virtuais, incluindo maior eficiência em serviços de câmbio e opções de investimento. No entanto, a instituição também observa riscos como proteção ao investidor, cibersegurança e estabilidade financeira.

“A adoção de [ativos virtuais] também levanta preocupações, incluindo em casos de interconexão com modelos tradicionais, envolvendo aspectos como proteção ao consumidor e ao investidor, privacidade, cibersegurança, prevenção de uso para fins ilícitos, integridade financeira e de mercado, e manutenção da estabilidade fiscal e macroeconômica,” opinou o regulador.

Considerando isso, o BCB acredita que suas medidas trarão clareza legal para as empresas que lidam com pagamentos internacionais em criptomoedas e ativos digitais respaldados por moeda estrangeira.

Este passo regulatório ocorre enquanto o mercado de criptomoedas do Brasil continua seu rápido crescimento. No último ano, o mercado de criptomoedas do Brasil cresceu rapidamente, com o país recebendo mais de US$ 90 bilhões em ativos digitais entre julho de 2023 e junho de 2024, de acordo com a Chainalysis.

As stablecoins dominam, representando 70% das transações de criptomoedas que se movem de bolsas locais para globais.

Muitas empresas de fintech e bolsas no Brasil oferecem stablecoins lastreadas em USD como uma opção de preservação de valor, particularmente para pagamentos transfronteiriços de empresa para empresa. Assim, analistas de mercado alertaram que a medida das autoridades brasileiras poderia dificultar o progresso do setor no país latino-americano.

Notavelmente, as stablecoins se tornaram uma pedra angular da indústria de criptomoedas, com seu valor de mercado atingindo um recorde de US$ 190 bilhões, de acordo com dados da BeInCrypto.

O período de consulta pública para esta proposta vai até 28 de fevereiro de 2025, permitindo que as partes interessadas compartilhem feedback. No entanto, o BCB detém a autoridade final sobre se essas contribuições influenciarão a estrutura final.

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