Resumo

  • O Cantão Berna aprovou um projeto de lei com 85 votos a favor para estudar o potencial impacto da mineração de Bitcoin nas redes de energia

  • O projeto de lei visa explorar como a mineração poderia utilizar eletricidade excedente e estabilizar as redes elétricas

  • Liderado pelo MP Samuel Kullmann e pelo 'Grupo Parlamentar Bitcoin', com apoio de líderes da indústria

  • O Conselho Executivo levantou preocupações sobre a competição de energia e os desafios regulatórios

  • A Suíça continua a se posicionar como um centro amigável para criptomoedas, apesar das reservas do Conselho

O Cantão Suíço de Berna deu um passo em direção à exploração da mineração de criptomoedas, à medida que os legisladores aprovaram um projeto de lei para estudar como a mineração de Bitcoin poderia impactar a rede elétrica da região. A legislação recebeu forte apoio com 85 votos a favor e 46 contra, marcando um novo capítulo no engajamento da Suíça com moedas digitais.

O Membro do Parlamento Samuel Kullmann liderou a iniciativa por meio do 'Grupo Parlamentar Bitcoin', um esforço bipartidário destinado a entender os potenciais benefícios da mineração de Bitcoin. O projeto de lei pede especificamente pesquisas sobre como as operações de mineração poderiam ajudar a gerenciar a eletricidade excedente e estabilizar a rede elétrica local.

Com um veredicto claro de 85 a 46 votos, o parlamento de @kanton_bern exige um relatório sobre o potencial da mineração de #Bitcoin para estabilizar nossa #redeenergética e o uso de #energia que de outra forma seria desperdiçada.
A proposta foi co-patrocinada por @simonryser (Partido Verde Liberal), @KorabRashiti1… pic.twitter.com/WnTNzNdPi4

— Samuel Kullmann (@samuelkullmann) 28 de novembro de 2024

O Conselho Executivo agora preparará um relatório detalhado examinando áreas em Berna onde a produção de eletricidade excede as necessidades locais. Este estudo também analisará possíveis parcerias com empresas suíças de mineração de Bitcoin para aproveitar a geração excessiva de energia.

Dennis Porter, CEO do Satoshi Action Fund, e Julian Liniger, CEO do aplicativo de custódia de Bitcoin Relai, forneceram suporte educacional para ajudar os legisladores a entender os aspectos técnicos da mineração de Bitcoin. A contribuição deles ajudou a moldar o foco do projeto de lei na utilização de energia e na estabilidade da rede.

A legislação surge em um momento em que várias regiões do mundo estão examinando sua posição sobre a mineração de criptomoedas. O Texas, por exemplo, mostrou como os mineradores de Bitcoin podem atuar como consumidores de energia flexíveis, ajudando a equilibrar as redes elétricas durante períodos de excesso de oferta.

A mineração de Bitcoin exige um poder computacional substancial para validar transações e criar novas moedas. Esse processo, conhecido como prova de trabalho, demanda consideráveis recursos de energia, mas pode ser ajustado com base na disponibilidade de energia. O estudo examinará como essa flexibilidade poderia beneficiar a infraestrutura energética de Berna.

A aprovação do projeto de lei posiciona a Suíça ainda mais como uma nação amigável para criptomoedas na Europa. O país tem consistentemente mostrado abertura para inovações em moeda digital, com várias regiões já hospedando negócios de criptomoedas e empresas de tecnologia relacionadas.

No entanto, o Conselho Executivo levantou várias preocupações durante o processo legislativo. Eles observaram que a maior parte da mineração de Bitcoin atualmente ocorre fora da Suíça devido à competição no mercado global de energia. O Conselho também destacou que a Suíça enfrenta demandas crescentes de energia de outros setores.

As crescentes necessidades de eletricidade de centros de dados, veículos elétricos e desenvolvimento urbano já estão pressionando a rede elétrica suíça. O Conselho expressou preocupação sobre possíveis aumentos de preços e competição por recursos de energia renovável se as operações de mineração se expandirem.

O cenário regulatório apresenta outro desafio. Como o Bitcoin não é considerado moeda legal na Suíça, ele está fora das estruturas tradicionais de política monetária. Isso cria incerteza sobre como as operações de mineração se encaixariam nas regulamentações financeiras existentes.

Do ponto de vista do Conselho, as forças do mercado devem determinar a alocação de energia em vez da intervenção do governo. Eles sugeriram que as tecnologias de armazenamento de energia podem ser mais adequadas para gerenciar os excedentes de energia do que as operações de mineração de Bitcoin.

Apesar dessas reservas, a aprovação do projeto de lei mostra um crescente interesse em explorar usos inovadores para a produção excessiva de energia. Os apoiadores acreditam que a mineração de Bitcoin poderia criar empregos e atrair investimentos, promovendo o desenvolvimento de energia renovável na região.

O Cantão de Berna se junta a outras jurisdições em todo o mundo que adotam abordagens variadas para a mineração de criptomoedas. El Salvador e Butão abraçaram operações de mineração, enquanto países como a Alemanha tomaram caminhos diferentes, com a Alemanha recentemente vendendo uma grande quantidade de Bitcoin.

No setor privado, as empresas continuam a mostrar interesse em Bitcoin. A MicroStrategy lidera a adoção corporativa, com empresas como Metaplanet e Semler Scientific seguindo o exemplo ao manter Bitcoin como um ativo de reserva.

O estudo aprovado precisará abordar questões práticas sobre implementação, impacto ambiental e benefícios econômicos. As descobertas do relatório poderão influenciar futuras decisões políticas sobre a mineração de criptomoedas na Suíça e além.

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