A MARA Holding, listada como MARA na Nasdaq, declarou que os fundos serão destinados à aquisição de bitcoin (BTC), refinanciamento de dívidas existentes e outras necessidades corporativas gerais. Anunciada na sexta-feira, a emissão foi finalizada em 20 de novembro de 2024 e incluiu $150 milhões em notas adicionais oferecidas através de uma disposição opcional para investidores iniciais.
A MARA divulgou que essas notas foram vendidas privadamente para compradores institucionais qualificados sob a Regra 144A da Lei de Valores Mobiliários de 1933. Após cobrir os custos associados, a empresa garantiu aproximadamente $980 milhões. Desses, $199 milhões foram usados para quitar $212 milhões em principal de suas notas conversíveis de 2026.
Os proventos restantes apoiaram principalmente aquisições de bitcoin. A MARA adicionou 5.771 BTC às suas reservas a um preço médio de $95.554 por bitcoin, elevando suas reservas totais para cerca de 33.875 BTC. Essas participações, com base em um preço à vista de $99.000 por BTC no momento do anúncio no X, foram avaliadas em aproximadamente $3,4 bilhões.
As notas conversíveis de 0% são obrigações seniores não garantidas que vencem em 1º de março de 2030. Elas têm uma taxa de conversão de 38,5902 ações da MARA para cada $1.000 de valor principal, equivalente a um preço de conversão de $25,91 por ação—um prêmio de 42,5% sobre o preço médio ponderado por volume das ações na emissão.
Após a notícia, o cofundador da Microstrategy, Michael Saylor, recorreu ao X, declarando: “A MARA é uma empresa no Padrão Bitcoin.” Enquanto isso, o crítico do bitcoin, Peter Schiff, respondeu, dizendo: “Então, outro vigarista agora está mirando em suas marcas. Isso deve ser interessante.” O CEO da MARA, Fred Thiel, respondeu: “Focamos em criar valor e acumular bitcoin. Nenhum ativo melhor no mundo.”
As observações de Schiff ecoam um ceticismo crescente sobre a Microstrategy, recentemente alimentado por críticas de vendedores a descoberto como a Citron Research. A estratégia da empresa de se apoiar em notas conversíveis para financiar suas aquisições de cripto revela uma abordagem ousada para expandir seu portfólio de bitcoin através de dívida. Essas notas, que evitam pagamentos de juros imediatos, vêm com um trade-off—diluição potencial do patrimônio dos acionistas quando convertidas em ações.
Essa estratégia liga ainda mais as empresas diretamente aos movimentos de preço imprevisíveis do bitcoin, tornando-as vulneráveis a quedas significativas de avaliação, se o preço do BTC sofrer uma queda. Apesar disso, empresas como Microstrategy, Metaplanet, Semler Scientific, Acurx Pharmaceuticals, Cosmos Health, MARA e várias outras veem o bitcoin como uma proteção confiável contra a inflação e a erosão do valor. Para a MARA, ser uma mineradora de bitcoin também significa lucrar com sua capacidade computacional, transformando suas operações em uma fonte de ouro digital.
À medida que a trajetória de mercado do bitcoin se desenrola, a abordagem do Padrão Bitcoin pode servir como um benchmark para empresas navegando por oportunidades semelhantes. O sucesso da emissão reflete tanto o apetite dos investidores por empreendimentos centrados em bitcoin quanto a crescente aceitação de ativos digitais como participações estratégicas. Como essa estratégia se sairá não apenas definirá o futuro da MARA, mas também poderá moldar a dinâmica de mercado mais ampla para uma série de empresas focadas em bitcoin.