O Banco de Compensações Internacionais está considerando acabar com uma plataforma de pagamentos transfronteiriços observada pelo presidente russo como uma ferramenta para contornar sanções dos EUA.
O Banco de Compensações Internacionais estaria debatendo o futuro de seu projeto de pagamentos transfronteiriços mBridge após o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sinalizar a tecnologia como uma ferramenta potencial para evitar sanções ocidentais e desafiar a dominação do dólar dos EUA, soube a Bloomberg, citando fontes próximas ao assunto.
Discussões sobre se fechar o projeto ocorreram na semana passada durante as reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial em Washington, indicaram fontes.
O projeto mBridge, projetado para permitir transferências digitais diretas entre bancos centrais sem depender de instituições financeiras dos EUA, foi desenvolvido sob o Hub de Inovação do BIS com a participação de bancos centrais da China, Tailândia, Hong Kong e Emirados Árabes Unidos.
O BIS promoveu a iniciativa como uma forma de simplificar transações transfronteiriças enquanto potencialmente contorna a atual infraestrutura financeira global centrada no dólar.
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Membros dos BRICS hesitantes em relação a alternativas ao dólar
No evento do Grupo de 30 em Washington em 26 de outubro, o gerente geral do BIS, Agustín Carstens, enfatizou que “não podemos apoiar diretamente nenhum projeto para os BRICS porque não podemos operar com países que estão sujeitos a sanções — quero ser muito claro sobre isso.”
Apesar do papel enraizado do dólar no comércio global, Putin defendeu sistemas alternativos. Em comentários recentes na cúpula dos BRICS em Kazan, ele propôs a criação de uma rede “Ponte BRICS” semelhante ao mBridge, para facilitar o comércio dentro do bloco sem depender do dólar. A noção foi recebida com reações mistas dos membros dos BRICS, aponta a Bloomberg, acrescentando que nações como Índia e África do Sul indicaram relutância em perturbar a ordem financeira global existente.
Se o BIS se retirar do mBridge, vários bancos centrais participantes podem continuar com o projeto de forma independente, sugeriram fontes, embora os formuladores de políticas ocidentais permaneçam cautelosos quanto ao papel influente da China no desenvolvimento da plataforma e seu potencial para contornar canais financeiros estabelecidos.
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