Mais de 30 países candidataram-se para aderir aos BRICS, uma aliança estratégica que procura remodelar a dinâmica do poder global e reduzir a dependência das instituições ocidentais.
Esta expansão representa uma mudança em direcção a uma ordem mundial multipolar, aumentando a influência geopolítica e económica dos BRICS.
O panorama geopolítico está a passar por uma profunda transformação, com mais de 30 países a manifestarem oficialmente interesse em aderir à aliança BRICS, segundo o presidente russo, Vladimir Putin. Este anúncio, feito durante a cimeira dos BRICS em Kazan, de 22 a 24 de outubro de 2024, enviou ondas de choque nos círculos globais. O grupo BRICS, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está agora preparado para mudar dramaticamente a estrutura de poder global e desafiar o domínio das instituições ocidentais.
Os BRICS foram originalmente fundados em 2009 com o objectivo de criar um bloco de poder alternativo aos sistemas económicos dominados pelo Ocidente, como o Fundo Monetário Internacional e a Organização Mundial do Comércio. A África do Sul juntou-se ao grupo em 2010, seguida pela Etiópia, pelo Irão e pelo Egipto em 2023. Agora, esta aliança estratégica deverá crescer ainda mais, com dezenas de países a fazerem fila para se tornarem parte desta aliança influente.
Segundo Putin, este afluxo de pedidos de adesão reflecte um momento histórico. “Estamos testemunhando um desejo coletivo de muitos países de serem libertados da hegemonia ocidental”, disse ele durante a cimeira. O crescente interesse em aderir aos BRICS é em grande parte impulsionado por uma visão partilhada de remodelar a actual ordem mundial numa ordem multipolar, na qual o poder é distribuído de forma mais justa entre as diferentes regiões do mundo.
Expansão dos BRICS: impulsionadores económicos e geopolíticos
A potencial expansão dos BRICS é motivada não apenas por interesses económicos, mas também por importantes factores geopolíticos. Para muitos países, a adesão aos BRICS proporciona uma oportunidade para diversificar as suas parcerias económicas, especialmente reduzindo a sua dependência do dólar dos EUA e reduzindo a exposição às sanções económicas ocidentais. Putin observou que o grupo BRICS se tornou um “símbolo de resistência” contra o atual sistema económico, destacando como as sanções e as políticas protecionistas esgotaram a economia global.
Esta expansão também pode levar a grandes mudanças na forma como o comércio global é conduzido. Vários países BRICS, incluindo a Rússia e a China, trabalharam em sistemas de pagamentos alternativos que contornam a infra-estrutura financeira ocidental, o que poderia levar a um papel reduzido do dólar nas transacções internacionais. A capacidade do grupo para criar tais sistemas poderá enfraquecer o controlo das instituições financeiras ocidentais sobre o comércio global.
Para além da economia, a expansão dos BRICS tem importantes implicações geopolíticas. A Rússia e a China, as duas potências dominantes dentro dos BRICS, estão a explorar a aliança para afirmar a sua influência face às crescentes tensões com os Estados Unidos e os seus aliados. O presidente chinês, Xi Jinping, sublinhou a importância de manter a unidade dentro do bloco BRICS, especialmente à medida que os conflitos internacionais continuam a aumentar, como a guerra na Ucrânia. Xi enfatizou a necessidade de os países do BRICS oferecerem mediação e resolução de disputas, observando que alguns Estados membros já fizeram tais propostas.
A inclusão de países como o Irão e o Egipto no grupo BRICS aumentaria a influência do grupo em regiões estrategicamente importantes como o Médio Oriente e a África. Isto poderá levar a um realinhamento dos equilíbrios geopolíticos globais, à medida que os estados membros dos BRICS começarem a exercer maior influência nestas regiões. Além disso, a expansão da aliança BRICS pode transformar as relações comerciais internacionais, à medida que o grupo desenvolve mecanismos para contornar as sanções ocidentais e promover redes económicas globais alternativas.
Em conclusão, a expansão sem precedentes dos BRICS representa um momento crucial no desenvolvimento das relações internacionais. Com mais de 30 países à procura de adesão, o grupo está a lançar as bases para uma ordem global multipolar que irá remodelar o futuro da governação global. O desafio para o futuro será garantir que os BRICS sejam capazes de navegar pelos interesses divergentes dos seus membros, mantendo ao mesmo tempo a sua coerência estratégica num ambiente global em rápida mudança.
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