Uma ação judicial movida pela desenvolvedora de jogos Fracture Labs acusa a gigante de negociação Jump Trading, sediada em Chicago, de executar um esquema de pump and dump.
De acordo com um processo de 15 de outubro, a Fracture Labs acusou a Jump Trading de usar indevidamente seu papel como formadora de mercado para inflar artificialmente o valor de seu token DIO, a criptomoeda nativa do jogo web3 Decimated, antes de vendê-lo por milhões em lucro.
De acordo com a reclamação, as duas empresas firmaram um acordo em 2021 no qual a Jump atuaria como formadora de mercado para a oferta inicial de DIO na Huobi, agora conhecida como HTX. Como parte do acordo, a Fracture Labs emprestou à Jump 10 milhões de tokens DIO, no valor de cerca de US$ 500.000 na época, e enviou outros 6 milhões de tokens, avaliados em US$ 300.000, para a HTX.
A Fracture Labs acrescenta ainda que, após o lançamento do DIO, a HTX trouxe influenciadores para promover o token, o que elevou seu preço para US$ 0,98 e, por sua vez, inflou o valor dos tokens emprestados para US$ 9,8 milhões.
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Mas então, de acordo com o processo, a Jump despejou todos os seus tokens, fazendo com que o preço caísse para apenas US$ 0,005. Após a queda, a Jump supostamente comprou de volta os tokens por apenas US$ 53.000 e os devolveu à Fracture Labs, efetivamente encerrando o acordo.
A Fracture Labs argumenta que essa mudança derrubou o valor do token, dificultando para o desenvolvedor do jogo atrair investidores.
O processo também alega que a Jump Trading violou o acordo ao não manter o preço do DIO dentro dos limites que a Fracture Labs havia concordado com a HTX. A Jump havia prometido ajudar a manter o preço do token estável, mas não cumpriu.
Como parte do acordo com a HTX, a Fracture Labs transferiu 1,5 milhão de USDT para uma conta holding como garantia de que não manipulariam o mercado durante os primeiros 180 dias de negociação. Mas após a queda do preço, a HTX se recusou a reembolsar a maior parte desse depósito.
Dessa forma, o processo acusa a Jump Trading de fraude, conspiração e quebra de contrato e busca um julgamento com júri, danos e a devolução de quaisquer lucros que a Jump supostamente obteve com o esquema.
Problemas legais
Esta não é a primeira vez que a Jump Trading é alvo de escrutínio legal. No ano passado, o formador de mercado foi implicado em uma ação coletiva envolvendo a suposta manipulação da stablecoin TerraUSD (UST) da Terraform Lab.
Mais recentemente, a U.S. Commodity Futures Trading Commission lançou uma investigação sobre as atividades de investimento da empresa. Poucos dias depois, o ex-presidente da empresa, Kanav Kariya, renunciou.
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