A inflação e a desvalorização cambial em curso na América Latina estão causando um aumento na adoção de criptomoedas.
A região, que foi responsável por 9,1% do valor global de criptomoedas recebido entre julho de 2023 e junho de 2024, recebeu quase US$ 415 bilhões em ativos digitais.
Isso o coloca um pouco acima do Leste Asiático, de acordo com um relatório recente da Chainalysis.
Argentina
A Argentina lidera a região com US$ 91,1 bilhões em criptomoedas recebidas no ano passado.
As stablecoins representam mais de 61,8% das transações de criptomoedas da Argentina.
Para muitos argentinos, as stablecoins oferecem uma proteção contra a inflação de três dígitos, que atingiu 209% em setembro.
“Os preços continuam subindo, e a única coisa que não está subindo são os salários”, disse o professor universitário Daniel Vazquez, “A diferença é muito, muito grande”.
Brasil
No Brasil, as stablecoins também dominam, representando 70% dos fluxos de exchanges locais para as globais.
Essa tendência se estende além da América Latina.
Como a Castle Island Ventures observou em seu relatório de setembro, o uso de stablecoins também está crescendo em países como Nigéria, Turquia e Indonésia, onde “os potenciais benefícios de bem-estar do acesso eficiente a moedas fortes alternativas para bilhões de usuários em mercados emergentes devem ter um lugar na discussão dos méritos das stablecoins”.
Os investidores institucionais estão ajudando a impulsionar o crescimento do país com um aumento de 48,4% nas transações de criptomoedas de tamanho institucional entre o quarto trimestre de 2023 e o primeiro trimestre de 2024.
O progresso regulatório e a introdução de ETFs de Bitcoin e Ethereum ajudaram a atrair mais grandes players financeiros.
Venezuela
O relatório descobriu que a adoção de criptomoedas pela Venezuela “superou em muito qualquer outro país da região”, com um aumento anual de 110%.
Para muitos cidadãos, as criptomoedas oferecem um meio de escapar da instabilidade econômica e proteger sua riqueza da desvalorização do bolívar devido às incertezas políticas atuais sob o regime de Maduro.
Com os sistemas financeiros tradicionais se tornando menos confiáveis, as plataformas DeFi também estão ganhando mais força no país.
A Chainalysis afirma que essa tendência poderia “acelerar se o regime de Maduro apoiasse explicitamente a inovação criptográfica”.