O Littio, um neobanco colombiano, está permitindo que clientes acessem letras do Tesouro dos EUA por meio de produtos de criptomoedas.
A Littio está transferindo seus ativos de cofre do Ethereum (ETH) para o Avalanche (AVAX) para dimensionar os produtos.
Lançados em fevereiro, os cofres já arrecadaram US$ 80 milhões em volume de negociação.
Está ficando mais fácil para os latino-americanos ganharem exposição às letras do Tesouro dos EUA.
O neobanco colombiano Littio está trocando redes de blockchain – de Ethereum {{ETH}} para Avalanche {{AVAX}} – por produtos, chamados Yield Pots, que permitem que os usuários ganhem juros sobre seus depósitos em dólares americanos.
Por que a mudança? A crescente demanda por Yield Pots está forçando a operação a escalar. As baixas taxas de transação e a consistência da Avalanche foram citadas como razões para escolher a rede.
A Avalanche Foundation lançou um programa de US$ 50 milhões no ano passado para incentivar o desenvolvimento de ativos do mundo real (RWAs) em sua rede e esta notícia é uma boa vitória para a plataforma.
Demanda por letras do Tesouro dos EUA
A Littio oferece exposição aos Yield Pots por meio de sua parceria com a OpenTrade, uma empresa sediada em Londres que desenvolve produtos com rendimento usando stablecoins e ativos do mundo real, como letras do Tesouro dos EUA.
Stablecoins são criptomoedas projetadas para permanecerem no mesmo nível de uma moeda emitida pelo governo, normalmente o dólar americano. Ativos do mundo real é um termo para ativos que existem fora do ecossistema cripto, como imóveis, mas são representados na cadeia na forma de tokens digitais.
“Atualmente, [Littio] é o único neobanco latino-americano que usa [nossos cofres], mas temos mais clientes prontos para entrar online este ano, oferecendo diferentes tipos de serviços fintech baseados em USDC”, disse Jeff Handler, diretor comercial da OpenTrade, ao CoinDesk.
“Os clientes interessados são principalmente neobancos, bolsas centralizadas e empresas de pagamento que já estão usando USDC para preencher uma lacuna na demanda por contas bancárias em USD, pagamentos em [USD] e serviços em [USD] na América Latina”, acrescentou Handler.
A empresa está presente em vários países da América Latina, incluindo Colômbia, Argentina, El Salvador, Brasil e México.
Embora os Yield Pots da Littio tenham sido lançados apenas em fevereiro, eles já arrecadaram mais de US$ 80 milhões em volume de transações. Eles também trouxeram US$ 250.000 em retornos aos usuários nos últimos quatro meses. A Littio mantém e reinveste entre US$ 11 milhões e US$ 13 milhões em cofres OpenTrade por mês, disse Handler.
Para efeito de comparação, o fundo de mercado monetário tokenizado do gigante financeiro americano Franklin Templeton – que, de forma bastante semelhante, permite que usuários registrados ganhem exposição aos títulos do Tesouro dos EUA – acumulou US$ 435 milhões em ativos desde seu início em 2021.
O rendimento dos cofres da Littio varia entre 2% e 5%, de acordo com o site da empresa.
Faz sentido que o produto atraia demanda: o peso colombiano caiu mais de 54% em relação ao dólar americano nos últimos 10 anos e perdeu 88% desde 1990. E não é a única moeda latino-americana enfrentando inflação séria. O dólar parece atraente em contraste. Dependendo de onde estão localizados, os clientes da Littio também podem enfrentar restrições de moeda ou falta de meios para abrir contas bancárias por meio dos trilhos financeiros tradicionais de seu país — fornecendo a eles outro motivo para se inscreverem na Littio.
“Littio e OpenTrade exemplificam como a tecnologia da Avalanche pode permitir que populações subbancarizadas acessem produtos e serviços atraentes que, de outra forma, não estariam disponíveis ou seriam insustentáveis por meio da alavancagem tradicional de trilhos”, disse Morgan Krupetsky, chefe de instituições e mercados de capital da Ava Labs, que desenvolve o blockchain Avalanche.