O Fundo Monetário Internacional (FMI) ainda não está confortável com a aposta de El Salvador no Bitcoin.

Em uma coletiva de imprensa na quinta-feira, o FMI renovou seu apelo para que El Salvador reduza o escopo de sua legislação sobre Bitcoin e reformule sua estrutura regulatória em torno da criptomoeda.

O FMI pede uma revisão das políticas de Bitcoin de El Salvador

A porta-voz do FMI, Julie Kozack, não especificou os detalhes específicos por trás da mudança regulatória proposta. Mas ela também disse que a agência financeira recomendou que El Salvador limitasse a exposição do setor público ao Bitcoin, de acordo com uma reportagem da Reuters.

“O que recomendamos é um estreitamento do escopo da lei do Bitcoin, fortalecendo a estrutura regulatória e a supervisão do ecossistema do Bitcoin e limitando a exposição do setor público ao Bitcoin”, Kozack teria dito em 3 de outubro.

A Lei Bitcoin de El Salvador entrou em vigor em setembro de 2021, tornando-o o primeiro país do mundo a tornar a criptomoeda de referência moeda com curso legal — junto com o dólar americano. O FMI — que está em negociações com El Salvador há anos sobre um programa apoiado por fundos que "ajudaria na estabilização e ajuste macroeconômico e também em reformas que promovam o crescimento" — há muito tempo é um crítico vocal do experimento Bitcoin.

Em 2021, o FMI alertou que a decisão de El Salvador de adotar o Bitcoin levantou “uma série de questões macroeconômicas, financeiras e legais”. No entanto, o órgão admitiu em agosto que muitos dos supostos riscos da adoção do Bitcoin “ainda não se materializaram”.

O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, que aprovou o projeto de lei para legalizar o BTC como moeda legal, sempre ignorou as preocupações de organizações internacionais e políticos dos EUA sobre seu plano de tornar o país um viveiro de Bitcoin.

A adoção do Bitcoin ficou aquém

El Salvador vem comprando um Bitcoin inteiro por dia desde 16 de março deste ano, elevando seu estoque total da criptomoeda alfa para 5.892, avaliado em aproximadamente US$ 346 milhões.

A nação centro-americana também destacou anteriormente planos para emitir títulos revolucionários lastreados em Bitcoin minerado lá usando energia geotérmica e introduziu um programa de cidadania por meio de investimento para estrangeiros que pagarem US$ 1 milhão em BTC ou USDT da Tether.

Bukele, no entanto, admitiu em agosto que o experimento teve resultados mistos até agora. Ele acrescentou que a adoção doméstica do Bitcoin ficou aquém de suas expectativas, mas continua sendo um “positivo líquido” para a nação.