Rajiv Khemani, CEO da fabricante de chips de mineração Auradine, observou recentemente a necessidade crítica de descentralização na infraestrutura do Bitcoin, rotulando-a como uma questão de segurança nacional.
Em uma entrevista, Khemani destacou os perigos representados pelo firmware de terceiros usado em operações de mineração. Ele sugeriu que tal firmware, que é constantemente atualizado, poderia se tornar uma arma para lançar um ataque de 51% na rede Bitcoin, comprometendo assim sua segurança.
O executivo da Auradine pintou um cenário sombrio onde um código malicioso poderia potencialmente encerrar as operações de mineração em regiões específicas, reduzindo drasticamente a taxa de hash da rede e tornando-a vulnerável a ataques.
“Ao lidar com hardware e software de entidades estrangeiras conectadas à infraestrutura de energia, cautela é essencial”, alertou Khemani, instando a indústria a conduzir uma rigorosa diligência devida.
Domínio da cadeia de suprimentos: outra ameaça
Além das vulnerabilidades de software, Khemani também sinalizou a questão dos riscos da cadeia de suprimentos. Hardware de mineração especializado, particularmente ASICs (Application-Specific Integrated Circuits), é crucial para a mineração de Bitcoin. Se um país monopolizar a fabricação desses chips, ele pode cortar o acesso dos mineradores à tecnologia essencial ao restringir as exportações. Isso enfraqueceria significativamente a descentralização e a segurança do Bitcoin.
Em contraste com as recentes alegações da senadora americana Elizabeth Warren, Khemani rejeitou a noção de que hardware de mineração poderia ser usado para espionar bases militares. “Hardware de mineração não tem a memória robusta ou capacidades de vigilância necessárias para espionagem”, Khemani esclareceu, dissipando preocupações sobre mineradores de criptomoedas estrangeiros infiltrando infraestruturas críticas.
Distribuição geográfica de hashrate gera debate
As preocupações de Khemani sobre a centralização ressoam com preocupações mais amplas dentro da indústria. Dados recentes revelaram que, em maio de 2024, apenas dois pools de mineração — AntPool e Foundry — controlavam mais de 50% do hashrate total do Bitcoin. Essa centralização levanta preocupações sobre o potencial de ataques coordenados na rede.
Em setembro, o fundador da CryptoQuant, Ki Young Ju, agitou ainda mais o debate ao afirmar que os pools de mineração chineses respondem por 55% do hashrate da rede. No entanto, *TheMinerMag* contestou isso, argumentando que os mineradores nesses pools são distribuídos globalmente, tornando enganoso afirmar que qualquer país tem controle sobre o hashrate do Bitcoin.
A postagem CEO da Auradine alerta sobre a descentralização do Bitcoin e os riscos da cadeia de suprimentos apareceu primeiro em TheCoinrise.com.