Dois gigantes de Wall Street, JPMorgan Chase e Bank of America, reduziram suas previsões de corte de juros do Federal Reserve em novembro, citando um mercado de trabalho robusto que sugere que a economia dos EUA continua resiliente.

Em uma mudança em relação às previsões anteriores, economistas de ambos os bancos agora preveem que o Fed reduzirá as taxas de juros em um quarto de ponto percentual em sua próxima reunião, afastando-se de apelos anteriores por um corte mais substancial, que se baseavam em expectativas de enfraquecimento da economia.

A decisão de revisar as previsões vem na esteira do relatório de emprego de sexta-feira, que mostrou um mercado de trabalho mais forte do que o esperado. Michael Feroli, economista-chefe dos EUA no JPMorgan, e Aditya Bhave, economista do Bank of America, ambos apontaram esses dados como um fator-chave em sua reavaliação, de acordo com a Bloomberg.

Feroli argumentou que o forte mercado de trabalho torna a tarefa do Fed de normalizar gradualmente as taxas de juros mais fácil, observando que seria necessária uma deterioração significativa nas condições econômicas antes que o banco central considerasse um caminho de flexibilização mais agressivo.

Bhave ecoou o sentimento de Feroli, afirmando que os dados econômicos recentes foram “notavelmente fortes”, tornando desnecessário um corte de meio ponto na taxa. Ele também expressou otimismo sobre o crescimento econômico futuro, citando evidências de aumento de produtividade.

Conforme relatado, a oferta total de moeda nos Estados Unidos, na zona do euro, no Japão e na China atingiu pela primeira vez na história US$ 89,7 trilhões, tendo disparado em impressionantes US$ 7,3 trilhões no ano passado.

A oferta de moeda M2, que inclui moeda física em circulação, depósitos de poupança e a prazo e fundos do mercado monetário, vem crescendo a cada mês desde fevereiro.

O crescimento da oferta de moeda fez o preço de vários ativos disparar, incluindo o ouro. O metal precioso está se aproximando de US$ 2.700 em uma alta que se acelerou depois que o Irã disparou cerca de 180 mísseis balísticos contra Israel no que o Corpo de Guardas Revolucionários do Irã disse ser uma retaliação pelos assassinatos do líder político do Hamas e de um comandante iraniano.

Notavelmente, o Société Générale transferiu 100% de sua alocação de commodities para o ouro, impulsionado por riscos geopolíticos e um enfraquecimento do mercado de commodities mais amplo.

O banco francês aumentou suas participações em ouro para 7% de sua alocação total de ativos, refletindo um aumento de 40% em relação ao trimestre anterior. Essa mudança em direção ao ouro sinaliza uma confiança crescente no metal amarelo como um ativo de refúgio seguro em meio às incertezas atuais nos mercados globais.

Imagem em destaque via Unsplash.