A estratégia de deixar o dólar americano de lado e conduzir o comércio internacional em moedas nacionais está indo bem para o bloco BRICS. A organização, integrada por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU), organizou acordos comerciais entre seus membros para evitar o uso do dólar e focar em moedas nacionais.

No entanto, nenhuma declaração sobre o nível dessa cooperação foi revelada até agora. À margem do evento “Cloud Cities: Forum on the Future of BRICS Cities” realizado em Moscou, o vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria do BRICS, Samip Shastri, ofereceu detalhes sobre o nível de progresso desses processos.

Em declarações à mídia local russa, Shastri declarou:

Acredito que o volume de uso de moedas nacionais já excedeu o volume de uso de dólares. Os países estão muito felizes em negociar usando suas moedas.

Além disso, Shastri avaliou que usar moedas nacionais apresentou outros benefícios. “Usar o dólar leva a despesas adicionais, que são eliminadas quando pago diretamente em rublos ou rúpias”, ele enfatizou. Shastri também revelou que a organização já começou a considerar a viabilidade de aceitar moedas digitais para esses pagamentos.

O bloco destacou a importância de uma mudança para um comércio baseado em moeda nacional em 2023, incluindo uma promessa de aumentar seu uso na declaração final de sua 15ª cúpula anual. Em maio, o sherpa do BRICS da África do Sul, Anil Sooklal, explicou que usar moedas nacionais ajudaria o grupo a criar uma “arquitetura financeira global estável, uma arena financeira global”.