O Fed reduz as taxas pela primeira vez desde 2020: quais são as consequências?
A Reserva Federal norte-americana (Fed) anunciou esta quarta-feira uma redução das suas taxas directoras em 0,5 pontos para as trazer para 4,75-5,00%, a primeira desde 2020. Esta decisão marca o início de um ciclo de flexibilização monetária após vários aumentos destinados a combater inflação, que empurrou as taxas para 5,25-5,50%.
Por que o Fed está baixando as taxas?
A inflação, a principal preocupação do Fed nos últimos anos, está a começar a abrandar. O Índice de Preços no Consumidor (IPC) caiu para 2,5% em Agosto, o seu nível mais baixo desde Fevereiro de 2021. No entanto, o corte da taxa desta vez surge por outro motivo: o aumento do desemprego preocupa agora o banco central.
Um mercado de trabalho em dificuldades
Em Agosto, o sector privado americano criou apenas 99 mil empregos, em comparação com 111 mil em Julho, um número bem abaixo dos 140 mil esperados pelos analistas. O mercado de trabalho está a deteriorar-se, forçando a Fed a ajustar a sua política. A sua missão não é apenas estabilizar os preços, mas também garantir o pleno emprego.
Quais perspectivas?
A Fed planeia reduzir ainda mais as taxas num total de meio ponto percentual até ao final de 2024 para apoiar a economia e incentivar a criação de emprego. No entanto, a instituição terá de fazer malabarismos entre o risco de um regresso da inflação e a necessidade de reanimar o mercado de trabalho.