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O Bitcoin, anteriormente o rei indiscutível da mineração, parece estar numa encruzilhada crucial. Embora a rede apresente retornos recordes, está a surgir uma nova tendência: os mineiros, confrontados com o declínio da rentabilidade, estão a recorrer à inteligência artificial (IA) para diversificar as suas fontes de rendimento.

Bitcoin: poder recorde, mas benefícios em declínio

Nos últimos meses, a rede Bitcoin viu sua taxa de hash atingir um máximo histórico, marcando o poder coletivo das máquinas dedicadas à mineração. Este aumento é uma prova do entusiasmo contínuo pela segurança da rede, apesar dos desafios económicos que acompanham a vida quotidiana dos mineiros.

Na verdade, como a taxa de hash está diretamente relacionada à segurança da rede, esse aumento vertiginoso é um sinal encorajador para os defensores das criptomoedas.

Contudo, por trás desta fachada de energia bruta reside uma realidade económica mais complexa. A mineração, anteriormente vista como um benefício financeiro, é hoje menos lucrativa.

A receita por exahash, um indicador-chave de lucratividade para mineradores, caiu quase 12% em agosto passado, segundo o banco Jefferies.

Esta queda é explicada principalmente pelo aumento da competição entre os mineradores e pela diminuição progressiva das recompensas, um efeito clássico após o halving do Bitcoin em abril.

Com os custos operacionais a aumentar e as receitas em queda livre, os mineiros são forçados a procurar alternativas.

Várias empresas, incluindo a Core Scientific, começaram a redireccionar o seu poder computacional para novas vias tecnológicas, começando pela IA. Esta transição não se apresenta apenas como uma resposta à crise de rentabilidade, mas também como uma oportunidade para manter a sua infra-estrutura em funcionamento.

IA: uma solução para um futuro incerto

A Core Scientific é o exemplo emblemático desta migração para a IA. Saindo da falência em janeiro passado, este gigante mineiro conseguiu transformar a sua estratégia utilizando a sua infraestrutura para se lançar na computação de alto desempenho (HPC) e na IA.

Esta mudança, embora surpreendente, seduziu rapidamente Wall Street, contribuindo para um aumento significativo na valorização das ações da empresa. Graças a um importante acordo com a CoreWeave, a Core Scientific está agora na linha de frente no desenvolvimento de modelos de IA que exigem alto poder computacional.

Por que esta mudança para a IA?

Simplesmente porque a inteligência artificial está em plena expansão e promete retornos de investimento muito mais estáveis ​​do que a mineração de Bitcoin.

Com GPUs poderosas e infraestrutura computacional robusta, a Core Scientific e outras mineradoras têm uma vantagem competitiva significativa em um mercado onde a demanda por poder computacional está explodindo.

A IA requer um poder de processamento colossal para algoritmos de aprendizado de máquina e análise de dados, tornando-a uma alternativa natural para mineradores equipados com hardware de ponta.

Ao diversificarem as suas atividades, estas empresas não só procuram sobreviver, mas também posicionar-se estrategicamente num setor em expansão. O mercado de computação de alto desempenho e IA está se tornando um nicho muito lucrativo, muito mais estável que o Bitcoin, que está sujeito a flutuações brutais e imprevisíveis.

A transição: uma nova era para data centers

A adaptação dos mineradores de Bitcoin à IA não se limita a uma simples realocação de recursos. Está em curso uma verdadeira transformação da infra-estrutura.

Os data centers, antes dedicados exclusivamente à mineração, estão evoluindo para se tornarem centros polivalentes capazes de responder às crescentes necessidades do setor tecnológico. A capacidade destes centros de processar grandes volumes de dados torna-os parceiros preferidos das empresas de IA.

O CEO da Core Scientific, Adam Sullivan, destaca que esta transição nada mais é do que o início de uma nova era. Segundo ele, o mercado de data centers está em plena reconfiguração e os mineradores de Bitcoin podem se tornar os líderes dessa indústria.

Com 700 megawatts de capacidade dedicados à IA e à computação de alto desempenho, a Core Scientific poderá se tornar a terceira maior empresa de data centers listada nos Estados Unidos nos próximos anos.

Este reposicionamento estratégico abre perspectivas estonteantes para os mineradores de Bitcoin. Em vez de desaparecerem à medida que os lucros diminuem, estão a adaptar-se e a reinventar-se. Entretanto, a China prepara um choque de 1,4 biliões de dólares.

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