A hiperinflação posicionou a Venezuela como um cenário ideal para a adoção generalizada de criptomoedas. No entanto, um novo relatório da Chainalysis mostra que o país ocupa o quinto lugar em termos de valor total de criptomoedas recebidas na região latino-americana, e nem sequer está entre os 20 primeiros do mundo.
A principal razão é que os venezuelanos estão mais interessados na moeda de reserva global, o dólar americano.
Javier Bastardo, organizador do Satoshi na Venezuela, o maior grupo Bitcoin de base do país, e embaixador do Bitcoin da Bitfinex na América Latina, disse ao Decrypt que “as pessoas querem acesso a dólares”.
Kevin Hernández, fundador do meio de comunicação venezuelano Criptodemia, também disse que os venezuelanos “não querem criptomoedas em si”, mas procuram acesso a dólares.
No entanto, Bastardo e Hernández deram a entender que esta é uma “meia verdade”. Concordaram que as criptomoedas são uma alternativa a uma economia controlada com mão de ferro, mas a sua utilização pela população é menor.
A América Latina é dominada por bolsas centralizadas.
Na América Latina, mais de 60% das pessoas utilizam exchanges centralizadas, em comparação com uma média de 48% em todo o mundo.
A adoção da criptomoeda na Venezuela é menor do que se poderia esperar, dada a hiperinflação do país. A realidade é que os venezuelanos estão mais interessados na moeda de reserva global, o dólar americano.